Censura

Justiça russa rejeita sétimo recurso pela libertação de ativistas do Greenpeace

Ambientalista brasileira foi detida junto com grupo de 30 tripulantes do Arctic Sunrise enquanto penduravam faixa em plataforma de petróleo da Gazprom

Efe

Ativistas estão presos desde 18 de setembro. Rússia diz ter encontrado drogas a bordo

São Paulo – A Justiça russa rejeitou hoje (14) conceder liberdade sob pagamento de fiança à ativista argentina do Greenpeace Camila Speziale, que está em prisão preventiva na cidade de Murmansk com outros 29 ecologistas, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, acusados de pirataria.

Segundo informou o Greenpeace Rússia, o tribunal de Murmansk considerou legal sua detenção, por isso a jovem deverá permanecer presa ao menos até 24 de novembro. Este é o sétimo recurso de apelação rechaçado pela Justiça russa para libertar os ativistas mediante pagamento de fiança. Na semana passada, foi negada a soltura de quatro cidadãos russos e dois britânicos.

O tribunal também estudará hoje os recursos apresentados pelo italiano Cristian D’Alessandro, o neozelandês David Haussmann e o britânico Peter Willcox, capitão do barco Arctic Sunrise, no qual os ativistas organizaram o protesto no Ártico que os levaram para a prisão.

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Fontes do Greenpeace disseram ontem à Agência Efe que os ativistas não têm esperanças de serem libertados. “Veem um panorama muito negro. Todos são acusados das mesmas acusações (pirataria) e já foram rechaçados seis” apelações, disse Sol Gosetti, coordenadora de comunicação do Greenpeace, que esteve por vários dias na cidade de Murmansk.

Na audiência de hoje também foi rejeitado o pedido do advogado de Camila Speziale para que os membros do tribunal fossem trocados. A proposta do cônsul argentino, que garantiu pessoalmente que Camila não fugiria caso fosse solta, também foi ignorada pela Justiça, segundo informou o Greenpeace em seu Twitter.

Os 30 ativistas do Greenpeace foram detidos em 19 de setembro após organizar um protesto contra a exploração petrolífera no Ártico. Após a embarcação em que estavam ser rebocada para Murmansk, os ecologistas foram levados para terra e sentenciados a dois meses de prisão preventiva, enquanto se desenrola o caso por suposta pirataria, delito punido com até 15 anos de prisão na Rússia.