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Justiça russa prolonga por três meses detenção de ativistas do Greenpeace

Alegação de pedido do MP local é que, em liberdade, eles poderiam deixar a Rússia

EFE

A Justiça russa requer mais três meses de prisão dos 28 ativistas. Colin Russel já teve a pena prorrogada

São Paulo – A Justiça russa iniciou hoje (18) os trâmites para a prorrogação do período de prisão dos ativistas do Greenpeace detidos em setembro por um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. A decisão segue um pedido do Ministério Público local, alegando que os ativistas poderiam deixar o país se fossem libertados. As informações são das agências de notícias Reuters e Efe.

O pedido por mais três meses de prisão foi apresentado a tribunais de São Petersburgo, onde os 28 ativistas do grupo ambientalista, de diferentes nacionalidades incluindo uma brasileira, e dois jornalistas estão detidos, em um caso que causa preocupação no exterior.

O primeiro dos ativistas, o australiano Colin Russel, já teve a prisão prorrogada, segundo informações da ONG ambientalista.

Os 30 foram detidos depois que a guarda-costeira abordou o navio quebra-gelo do Greenpeace Arctic Sunrise após manifestação numa plataforma de petróleo da empresa estatal Gazprom, no Mar de Pechora, em 18 de setembro.

Caso o pedido seja aceito, os ativistas deverão permanecer presos até 24 de fevereiro.

Todos os integrantes da operação foram acusados de vandalismo e podem ser condenados a até sete anos de prisão pelo protesto. Isso porque alguns ativistas tentaram escalar a plataforma Prirazlomnaya. O Greenpeace diz que a manifestação foi pacífica e considera as acusações infundadas.

“Eu não fiz nada de errado. Eu não entendo as razões pelas quais estou sendo detido”, disse Colin Russell, australiano que trabalhava como técnico do Arctic Sunrise, a um tribunal de São Petersburgo, em uma das várias audiências agendadas para esta segunda-feira.

“Não duvidamos que o tribunal fará tudo o que foi possível para prolongar a custódia”, disse Yulia Prónina, porta-voz do Greenpeace em Moscou.

Os tribunais rejeitaram repetidamente libertar os ativistas sob pagamento de fiança, mas o atual mandado de prisão deles termina em 24 de novembro.

Os tripulantes do Arctic Sunrise procedem da Rússia, Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, Brasil, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.