Greenpeace

Dilma se diz feliz com libertação de brasileira na Rússia

Chanceler brasileiro viaja a Moscou para tratar do caso da bióloga Ana Paula Maciel, primeira estrangeira do grupo de 30 detidos em setembro após protestos contra exploração de petróleo

Vladimir Baryshev/Greenpeace/EFE

O caso da ativista será tratado entre o chanceler brasileiro e seu colega russo durante encontro em Moscou

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff manifestou hoje (19) satisfação pela decisão da Justiça da Rússia de conceder liberdade provisória à brasileira Ana Paula Maciel, detida desde 19 de setembro junto com outros 29 ativistas do Greenpeace devido a um protesto contra a exploração de petróleo no Oceano Ártico.

“Fiquei feliz com a notícia de que a bióloga brasileira Ana Paula Maciel possa, mediante fiança, responder em liberdade ao seu processo na justiça da Rússia”, disse a presidento no Twitter, acrescentando que o Ministério das Relações Exteriores cuidará do caso.

De fato, a primeira viagem oficial do chanceler Luiz Alberto Figueiredo começa amanhã com destino a Moscou. Ele fará uma reunião com seu colega russo, Sergei Lavrov, na qual abordará a situação da ativista brasileira do Greenpeace detida no país, segundo a agência EFE. Na capital russa, os dois tratarão também a “sociedade estratégica” que os dois países assinaram em 2002 e de assuntos da agenda política e econômica do grupo Brics, que o Brasil e Rússia formam junto com a Índia, China e África do Sul.

O tribunal de São Petersburgo que cuida do caso do “Arctic Sunrise”, o navio com o qual o Greenpeace organizou o protesto, impôs à jovem brasileira uma fiança de 2 milhões de rublos, aproximadamente R$ 140 mil. Ana Paula é a primeira ativista estrangeira dos 30 detidos na Rússia que obtém a liberdade mediante pagamento de fiança. Ontem, o mesmo tribunal aceitou libertar mediante a mesma quantia os russos Denís Siniakov, fotógrafo, Ekaterina Zaspa, a médica da embarcação, e Andrei Allajvérdov, porta-voz de imprensa do Greenpeace Rússia.

O tribunal continuará estudando os casos dos demais ativistas, e tem até 24 de novembro para prolongar a custódia dos detidos, que é quando expira a detenção preventiva ordenada em setembro. Na sexta-feira, o Comitê de Instrução (CI) da Rússia antecipou sua intenção de prolongar a medida cautelar contra os tripulantes da embarcação, que são acusados de vandalismo por tentar invadir uma plataforma flutuante do consórcio russo Gazprom.

Os tripulantes do “Arctic Sunrise” procedem de Rússia, Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, Brasil, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.