Cuba e Venezuela criticam intervenção dos EUA na Líbia

Para países latino-americanos, invasão é voltada ao petróleo

São Paulo – Os governos de Cuba e da Venezuela criticaram, na segunda-feira (28), a possibilidade de intervenção internacional ou dos Estados Unidos a Líbia. Eles criticam a falta de disposição ao diálogo. Hugo Chávez, presidente venezuelano, prevê uma catástrofe caso ocorra uma invasão. Para ele, os Estados Unidos pressionam pela saída de Khadafi por causa do petróleo existente em território líbio.

Durante cerimônia pública, Chávez acusou os Estados Unidos de estarem “loucos” pelo petróleo líbio e de “exagerar e distorcer” a realidade na Líbia. “Creio que estão loucos pelo petróleo líbio, isto poderá ser a maior das catástrofes”,  afirmou.

O presidente venezuelano disse também que em vez de uma invasão militar deve-se optar por uma solução negociada com Khadafi e os opositores. Ele informou que pretende conversar sobre essa proposta com os membros da Aliança Bolivariana para os Povos da América e com países da Europa.

A reação de Chávez vai em oposição ao que é defendido pela maior parte da comunidade internacional. Nos últimos dias, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou sanções à Líbia que proíbem a venda de armas ao país, determinam o congelamento dos bens de Khadafi e aliados, além da abertura no Tribunal Penal Internacional de investigações sobre as denúncias contra o líder líbio.

O governo de Cuba defendeu ainda a necessidade de se respeitar a soberania líbia, disse o representante no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas,  Rodolfo Reyes. As informações são do jornal oficial cubano, Granma.

Para Reyes, os Estados Unidos “incitam”  a violência, a agressão militar e a interferência estrangeira. “Esperamos que o povo líbio conquiste um Estado precoce pacífico e soberano criado, sem qualquer ingerência estrangeira ou de intervenção, para assegurar a integridade da nação da Líbia”, disse ele.

“Fomos informados sobre os planos de uma intervenção militar humanitária à qual nos opomos porque, em vez de resolver a situação, pode complicar ainda mais e ter outras implicações graves”, disse Reyes. Segundo ele, Cuba “rejeita categoricamente” qualquer proposta de intervenção na Líbia.

O representante cubano no Conselho de Direitos Humanos, reunido na segunda em Genebra, na Suíça, detalhou as razões que levam seu país a rejeitar a proposta de intervenção. “Temos toda a preocupação a respeito de perdas de vidas e danos causados aos civis pelo conflito. Qualquer pessoa agindo honestamente não pode concordar com a morte de civis inocentes”, disse Reyes.

Fonte: Agência Brasil