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Samba de Dandara põe na roda contemporâneos paulistas do ritmo

Além de show gravado que estará no YouTube na próxima sexta, grupo promoverá debates on-line

Nathalie Portela/Divulgação
Nathalie Portela/Divulgação
Grupo formado apenas por mulheres homenageia negra que se destacou na luta contra a escravização

São Paulo – O grupo Samba de Dandara, formado por mulheres, estreia na próxima sexta-feira (18) espetáculo com autores contemporâneos paulistas, com a presença das cantoras Raquel Tobias e Samantha Santos. Assim, a gravação estará disponível a partir das 19h no Youtube (youtube.com/sambadedandara). A apresentação foi gravada em setembro na Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes.

“A proposta do show é exaltar o samba paulista para além do que a cultura de massas exalta, e para além do passado”, diz a vocalista Maíra da Rosa. “Existe samba vivo nesse território no presente, são potentes as sambistas e os sambistas que brotam do território fértil deixado por Madrinha Eunice, Geraldo Filme, Toniquinho Batuqueiro, e tantos e tantas outras bambas do samba paulista.” Assim, além de obras compostas por integrantes do grupo, elas cantam músicas de Nego Bira, Raquel Tobias, Lua Cristina, Raquel Freitas, Douglas Germano, Carol Nascimento, Tia Sahra Brandão. “E tantos e tantas outras que fazem samba a partir de uma árvore de raiz forte que segue florescendo”, completa.

Rodas de conversa

Intitulado Samba de Dandara e convidadas cantam o samba paulista, o projeto inclui três rodas de conversa on-line, até o fim do ano. As lives reunidas nos Diálogos sambísticos terão transmissão gratuita pelo YouTube. Datas e participação serão divulgadas nas redes sociais do grupo no facebook e no instagram. A realização é da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, por meio do ProcAC Expresso (programa de fomento).

“Eu, como intérprete, porque não sou só cantora, tenho dever de executar as músicas dos meus amigos, do meu povo aqui da periferia, que são as ‘canetadas brabas’, na gíria sambística”, diz Raquel Tobias, madrinha do grupo. “Sempre incluo o compositor que não está na mídia no meu repertório e, para mim, é uma honra executar suas composições. Viva o compositor, viva a compositora, e também as intérpretes que estão aí para executar essas obras maravilhosas que não podem ficar por trás da coxia, e sim na frente do palco.”

Além de Maíra da Rosa, o Samba de Dandara (nome que homenageia mulher referência na luta contra a escravização) é formado por Laís Oliveira (cavaco), Amanda Lima (violão), Mariana Rhormens (flauta e percussão), Ana Lia Alves (percussão), Tati Salomão (percussão) e Kamilla Alcântara (percussão).

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