contra estereótipos

10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema destaca diálogos entre arte, cultura e política

“A arte ajuda os países árabes no sentido de potencializar a imaginação. Isso também vale para nós”, afirma o curador, Geraldo Adriano Campos

ICArabe / Divulgação / CC

Marroquino “Sotto Voce”, do diretor Kamal Kamal, abre a 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema

São Paulo – Começa hoje (12) em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória a 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, com realização do Instituto de Cultura Árabe (ICArabe), CineSesc, Sesc-ES Centro Cultural Banco do Brasil (SP e BH) e prefeitura de São Paulo. A maior edição do evento dura um mês e conta com mais de 30 filmes, além de atividades ligadas a outros campos das artes.

A abertura será às 19h no Cinesesc, em São Paulo, e conta com debate com Alaa Karkouti e Maher Diab, responsável pelo marketing do evento. Para Maher, “é importante disseminar a cultura e o talento árabe, aproximando as diferentes interpretações de mundo”.

O evento deste ano possui curadoria e direção do professor Geraldo Adriano Campos, que também preside o júri. À frente da mostra há três edições, ele observa que o evento acontece em “um momento geopolítico singular”.

“Existe tanta especulação sobre o mundo árabe, mas como é a produção de lá?”, questiona. A partir desta edição, a sessão de cinema palestino passa a ser permanente. “Um instituto que pretende proporcionar a reflexão do mundo árabe ficaria artificial se não houvesse participação da rica produção palestina.”

Sobre as temáticas presentes no cinema árabe contemporâneo, o professor destaca a importância da primavera árabe para a estética artística das produções. “Jovens diretores de todo o mundo percorrem os países árabes buscando entender os acontecidos. Nesta edição, por exemplo, temos um filme produzido por jovens brasileiros, e outro por portugueses com a temática da primavera árabe”, disse Campos.

“As chamadas primaveras árabes impactaram em duas dimensões. A primeira é a estética, expressa nos filmes, grafites, músicas e poesias. A segunda, a questão do sujeito com a câmera na mão como sua única defesa”, aponta sobre a forte presença da temática. “Por fim, chamo a atenção do indivíduo empoderado de uma geração que se viu pela primeira vez envolvida em uma disputa política”, completou o curador.

A programação pode ser conferida no site www.icarabe.org.br