Serviço privatizado

Após novo caos em São Paulo, Ministério de Minas e Energia avalia punição contra a Enel

O ministro Alexandre Silveira pediu apuração e destacou que problemas vêm ocorrendo “de forma reiterada”

Divulgação
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Falta de energia afetou inclusive hospitais na região central de São Paulo

São Paulo – O restabelecimento da energia elétrica ainda é parcial para parte do centro de São Paulo na noite desta terça-feira (19). Isso após um apagão que já dura cerca de 30 horas em alguns bairros. O problema afetou diretamente cerca de 35 mil pessoas, principalmente nos bairros de Higienópolis, Consolação, Santa Cecília, Bela Vista e Vila Buarque. Diante da falta de resposta da Enel, a empresa privatizada responsável pela energia na cidade, o Ministério de Minas e Energia já determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) conduza investigação sobre o caso. Se necessário, haverá punição à concessionária Enel.

Em comunicado, o ministro Alexandre Silveira expressou preocupação e enfatizou a necessidade de apuração célere e rigorosa. “O ministro encaminhou ofício à Aneel, incumbida pela fiscalização dos serviços prestados pela concessionária Enel, determinando célere e rígida apuração dos fatos. Bem como responsabilização e punição rigorosa da concessionária, que tem de forma reiterada apresentado problemas na qualidade da prestação dos serviços.”

A falta de energia teve impacto significativo e afetou até mesmo o funcionamento de instituições como a Santa Casa de Misericórdia, na Vila Buarque, e o Hospital Santa Isabel, da Rede D’Or. Consultas, exames e procedimentos médicos tiveram que ser remarcados ou redirecionados para outras unidades de saúde. Isso porque áreas críticas como emergência e internação tiveram que contar com o auxílio de geradores.

Problemas recorrentes

Este é o terceiro incidente desse tipo em menos de uma semana na cidade de São Paulo. Isso levanta preocupações sobre a confiabilidade dos serviços de energia. Na última sexta-feira (15), o aeroporto de Congonhas teve operações interrompidas devido a um apagão. Além disso, houve outro episódio no sábado (16), na região da Rua 25 de Março.

O ministro Silveira ressaltou a gravidade da situação. “A interrupção nesta segunda-feira se soma a diversas outras falhas na prestação dos serviços de energia elétrica pela concessionária Enel, que tem demonstrado incapacidade de prestação dos serviços de qualidade à população. É urgente a comprovação de que a empresa seja capaz de continuar atuando em suas concessões no Brasil”, declarou.

O episódio mais grave ocorreu em novembro, quando 2,1 milhões de clientes da Enel ficaram sem energia elétrica na região metropolitana de São Paulo. Essa crise resultou em multa de R$ 165,8 milhões pela Aneel devido à inadequação dos serviços prestados pela concessionária.