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Comitê cobra do procurador-geral de São Paulo apuração da chacina do Guarujá

Formado por parlamentares e integrantes de entidades dos direitos humanos, comitê quer o avanço das investigações e a responsabilização. Nos próximos dias, uma comissão irá à cidade do litoral

Divulgação/SSP-SP
Divulgação/SSP-SP
Na primeira fase da operação Escudo, de julho a setembro, a PM deixou 28 mortos

São Paulo – O comitê que acompanha a apuração da chacina de Guarujá voltou a cobrar medidas para o avanço das investigações no Ministério Público paulista. Em reunião com o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, ontem (10), fizeram pressão para o esclarecimento dos indícios de abuso e violência policial. Ao todo, foram mortos 17 moradores de comunidades pobres no município da Baixada Santista na operação Escudo, desencadeada para retaliar a morte de um policial da Rota, com apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O procurador-geral disse que os relatos serão encaminhados à força-tarefa instituída por ele para apurar todos os fatos relacionados à operação. “É dever do Ministério Público prestar contas à sociedade”, afirmou.

Entre os encaminhamentos da reunião, está a ida de uma comissão ao Guarujá nos próximos dias para acompanhar o desenrolar das investigações. Entre os integrantes, está a deputada estadual Beth Sahão (PT). “Vamos ouvir o Ministério Público, os promotores que estão acompanhando o caso e exigir que os exageros sejam punidos. Polícia não foi feita pra matar, o Estado não pode matar. O Estado tem que proteger as pessoas. Bandido tem que ser preso e julgado”, disse a parlamentar, que repudiou o apoio do governador à operação e que minimizou a gravidade dos relatos e fatos envolvendo a ação policial.

“É preciso investigar cada ocorrência e garantir justiça. Combater o crime é essencial, mas não às custas da vida das pessoas”, declarou Beth Sahão. “As denúncias de tortura e assassinatos por policiais não podem ser ignoradas.”

O comitê de acompanhamento é formado por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB), Ouvidoria das Polícias, Defensoria Pública, Human Rights Watch, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e parlamentares do PT e do Psol.

Redação: Cida de Oliveira – Edição: Helder Lima