São Paulo – O número de mortes causadas pela covid-19 na capital paulista pode ser o triplo do registrado oficialmente até agora. Dados divulgados hoje (17) pela prefeitura de São Paulo indicam 690 mortes na cidade que tiveram o coronavírus como causa confirmada. Porém, 1.138 mortes tiveram características semelhantes à doença, mas não houve confirmação da causa, por atraso no resultado do exame. Há uma fila com cerca de 15 mil exames sem resultado. Assim, a cidade pode ter acumulado, até ontem, 1.828 vítimas fatais pela pandemia

O governo do prefeito Bruno Covas (PSDB) também divulgou a distribuição das mortes causadas pela covid-19 por subprefeitura da cidade, até o último dia 13. O maior número de casos está na Penha, na zona leste, com 79 mortos.

Em seguida vem a Mooca, também na zona leste, com 67; a Casa Verde, na zona norte, com 63; a Sé, na região central, com 61; e Itaquera, novamente na zona leste, com 60 casos. Os com menos casos são Itaim Paulista (18), Jabaquara (16), Perus (10) e Parelheiros (7).

Levantamento do jornal Folha de S. Paulo revelou que os cemitérios municipais tiveram um aumento significativo no número de enterros, sendo que até metade deles são de casos suspeitos ou confirmados de mortes pela covid-19. No cemitério da Vila Formosa, o número de enterros suspeitos quadruplicou em duas semanas. Além disso, 32 dos 112 enterros para os quais foram encaminhados veículos do Serviço Funerário Municipal, na terça-feira (14), foram de casos suspeitos ou confirmados de coronavírus.

Ontem (16) o Brasil chegou a 1.924 mortos por coronavírus. Foram 188 casos oficialmente registrados nas últimas 24 horas. O número de casos confirmados chegou a 30.425. Devido à subnotificação, o número de contaminados deve ser até 15 vezes maior, segundo o próprio Ministério da Saúde. São Paulo segue como o epicentro da pandemia de covid-19 no país. São 11.568 doentes confirmados e 853 mortos, com taxa de letalidade superior ao do resto do país, de 7,4%.

Outro problema é o crescimento do número de trabalhadores da saúde afastados por casos suspeitos ou confirmados de coronavírus. A prefeitura oficializou que 3.876 servidores da saúde municipal estavam afastados, no dia 15. Além disso, a gestão Covas divulgou que 11 de seus servidores do setor morreram devido à covid-19, número inferior aos 14 apontados pelo Sindicato dos Servidores Municipais.

De acordo com os dados, 2.821 profissionais afastados trabalham nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), outros 1.005 atuam nos hospitais municipais e 50 são trabalhadores do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).