Alerta

Em Portugal, ômicron será dominante até o fim do ano, diz ministra

Autoridades de saúde do país preveem que a prevalência da nova variante aumente para 50% na semana do Natal, saltando a 90% até o fim do ano

CC.O Domínio Público
CC.O Domínio Público
Casos causados pela ômicron dobram a cada dois dias, segundo instituto português

São Paulo – “Temos uma nova dificuldade. E precisamos enfrentar em conjunto. Esta nova dificuldade é a variante ômicron”, alertou nesta sexta-feira (17) a ministra da Saúde de Portugal, Marta Temido. Em entrevista coletiva, ela afirmou que a ômicron responde por 20% dos novos casos de covid-19 no país, atualmente. No entanto, o contágio pela nova cepa do coronavírus está se acelerando. Assim como vem ocorrendo no Reino Unido, na Alemanha e na Dinamarca. As autoridades de Saúde estimam que a prevalência da ômicron aumente para 50% durante a semana do Natal. E chegue a 90% até o fim do ano.

A variante delta ainda é predominante em Portugal. No entanto, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) – equivalente à Fiocruz no Brasil – os casos causados pela ômicron dobram a cada dois dias.

Marta Temido afirmou que o país tem conseguido manter a situação epidemiológica “controlada”. Porém, em função da maior transmissibilidade da nova variante, os portugueses também terão de ampliar os cuidados: “mais uso de máscara, mais testes, mais vacinação, mais controle de fronteiras. Todos temos de estar preparados para fazer mais”.

Até o momento, as autoridades de Saúde identificaram 70 casos da ômicron em Portugal. Mas, segundo o coordenador do Insa, João Paulo Gomes, esses números “nada têm a ver com a realidade”. O avanço da nova cepa vem sendo monitorada a partir de uma “falha” que ocorre durante o diagnóstico pelos testes PCR. “Os testes PCR detectam três regiões do vírus. A ômicron tem uma mutação que faz com uma dessas regiões não seja detectada”, explicou.

Contenção e vacinação

Para evitar que a situação saia do controle, o governo português definiu um “período de contenção”, entre 2 e 9 de janeiro. Escolas, bares e discotecas estarão fechados. Além disso, o home office será obrigatório para todas as atividades não essenciais durante aquela semana.

As autoridades portuguesas também apostam no avanço da campanha de vacinação. Portugal é hoje o terceiro país com maior cobertura vacinal, atrás apenas dos Emirados Árabes e Cuba. De acordo com o portal Our World in Data, 88,94% dos portugueses já tomaram as duas doses da vacina contra a covid-19. Crianças menores de 11 anos começaram a serem imunizadas nesta semana. Além disso, 80% das pessoas com mais de 80 anos já tomaram dose de reforço. Na faixa etária entre 65 e 79 anos esse índice se aproxima de 70%.

Do Reino Unido, alerta de reinfecção

Estudo divulgado também hoje pelo Centro de Controle de Epidemias do Imperial College, de Londres, aponta que pacientes recuperados da covid-19 têm poucas defesas contra a ômicron. Como resultado, os pesquisadores identificaram apenas 19% de proteção entre os que já passaram pela doença

Reforço necessário – Ômicron: apenas duas doses podem ser insuficientes, diz Oxford

Nesse sentido, os dados apontam para a capacidade da nova variante de burlar a imunidade conferida por infecção anterior ou pela vacinação. Por essa razão, os pesquisadores alertam para a necessidade da dose de reforço para aumentar a imunidade. Com a terceira dose, os níveis de proteção contra a ômicron sobem de 55% a 80% para os casos sintomáticos.

A equipe do Imperial College London analisou todos os casos de covid-19 confirmados por testes de PCR na Inglaterra entre 29 de novembro e 11 de dezembro. Por outro lado, os pesquisadores também não encontraram evidências que mostrem a ômicron como menos grave do que a delta. Eles analisaram a proporção de pessoas com sintomas ou que foram hospitalizadas. Contudo, não observaram diferenças significativas entre as variantes.

Apagão de dados no Brasil

O Brasil registrou 206 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. Esses números, no entanto, seguem desafados. Isso porque sete estados (Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro e Tocantins) não notificaram os dados. Esses problemas, que ocorreram durante toda a semana, decorrem da instabilidade do sistema do Ministério da Saúde, em função de um suposto ataque hacker. Assim o total de óbitos confirmados chegou a 617.601.

Subnotificação à parte, o total de casos reportados no período foi de 4.079, totalizando cerca de 22,2 milhões (22.209.020). A média móvel de casos nos últimos sete dias está em 3.457. Já a média móvel de mortes é de 130 óbitos. Os dados foram colhidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass


Leia também


Últimas notícias