Operação Ulysses

Suspeita de financiar atos terroristas se entrega à PF no Rio

Mulher de 48 anos arrecadava dinheiro via Pix e repassava a grupos da região de Campos que participaram da destruição das sedes dos três poderes

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Com a decisão, já são 655 radicais que, agora, aguardam julgamento em liberdade

São Paulo – Elizângela Cunha Pimentel Braga se entregou à Polícia Federal na noite de ontem (16), em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Um dos alvos da Operação Ulysses, Elizângela, de 48 anos, é suspeita de ser uma das organizadoras e financiadoras dos atos terroristas em Brasília no dia 8. De acordo com as investigações, ela arrecadava dinheiro via Pix e repassava a grupos da região que participaram da destruição das sedes dos três poderes.

Os federais deflagram a operação para cumprir cinco mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária de investigados nos atos antidemocráticos. Elizângela, no entanto, não havia sido encontrada.

A investigação teve início para identificar lideranças locais que bloquearam as rodovias que passam pelo município de Campos. Além disso, inclui a organização das manifestações golpistas em frente aos quartéis do Exército na cidade. Por fim, os policiais passaram a investigar a participação dos suspeitos e de outras lideranças na organização e financiamento dos atos que desencadearam a quebradeira na capital federal.

Júnior Bombeiro

Além de Elizângela, a PF prendeu o bombeiro militar Roberto Henrique de Souza Júnior. Ele foi candidato a deputado federal em 2018 pelo Patriota sob o apelido “Júnior Bombeiro”. Na ocasião, recebeu somente 1.260 votos e não foi eleito. Em agosto de 2022, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) o condenou por mau uso do fundo partidário. Isso porque ele não prestou contas da campanha, e foi obrigado a devolver R$ 4 mil.

Agora, Júnior Bombeiro também é alvo de um Inquérito Policial Militar (IPM) que apura a sua participação “em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os Poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível”.

Um terceiro investigado, no entanto, segue foragido. Em balanço da operação nesta manhã, a PF informou que apreendeu celulares, computadores e documentos. Os alvos podem responder pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes instituídos.