Harmonia

Segurança de Lula volta ao GSI em modelo ‘híbrido’ com PF

Comando da segurança presidencial ficará a cargo do GSI, mas Lula e Alckmin poderão escolher policiais federais para compor equipes

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR
Secretaria extraordinária que comandou a segurança de Lula será extinta

São Paulo – A segurança presidencial vai voltar ao comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Os ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Casa Civil, Rui Costa, anunciaram a decisão nesta quarta-feira (28), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O modelo, no entanto, será “híbrido”. Assim, tanto Lula como o vice, Geraldo Alckmin, poderão escolher agentes da Polícia Federal (PF) para compor suas equipes de proteção.

“Conforme tinha sido previsto, de forma consensual e harmônica, o presidente arbitrou pelo modelo híbrido, onde vão trabalhar tanto a equipe do GSI como a da Polícia Federal para garantir a segurança do presidente, do vice-presidente e dos seus respectivos familiares”, afirmou Rui Costa.

Atualmente, a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República responde pela proteção presidencial. Lula criou o órgão em janeiro, com previsão de funcionar por seis meses, prazo que se encerra nesta semana. Tratou-se de uma resposta às suspeitas de que agentes do GSI teriam colaborado com a invasão do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro.

Nas últimas semanas, militares e civis travaram uma disputa nos bastidores do governo sobre o tema. Ministro do GSI, o general Marcos Antônio Amaro queria o retorno das atribuições relativas à segurança presidencial. Ao mesmo tempo, Dino pressionava para que ficasse sob comando da PF.

Sobre os critérios para a cessão de agentes da PF para compor a segurança presidencial, Dino afirmou que caberá a Lula e Alckmin decidir. “Se eles quiserem dez PFs, eles terão dez. Se quiserem 100, terão 100. Porque evidentemente todo o Estado brasileiro está à disposição dessa missão fundamental”.

Polêmica desnecessária

Durante a entrevista coletiva, Rui Costa afirmou que a disputa entre militares e PF ganhou a dimensão de uma polêmica “absolutamente desnecessária”. O que importa, segundo ele, é o “entrosamento” da equipe. Do mesmo modo, Dino também descartou a polêmica.

“Quem comanda a segurança não somos nós, nem o general Amaro, nem o doutor Andrei (diretor geral da PF). Quem comanda é o presidente da República. Ele é o chefe”. Assim, Dino afirmou que o clima é “bastante bom” e que o governo está “satisfeito” com o novo modelo. Uma portaria ou decreto para regular a mudança será publicada até o final da semana. Além disso, ele confirmou a extinção da secretaria extraordinária. Isso porque o “fator político” que levou à criação do órgão já foi “superado”.