Novo ministro

Lula confirma general Amaro para comando do GSI

Militar da reserva que chefiou a segurança da ex-presidenta Dilma assume GSI com atribuições reduzidas e missão de “desbolsonarizar” o órgão

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
Opção por general foi aceno de Lula aos militares

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou o general Marcos Antônio Amaro dos Santos como o novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A oficialização do convite ocorreu durante reunião na manhã desta quarta-feira (3), no Palácio do Planalto, com a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.

Amaro assume o GSI após a saída do general Gonçalves Dias. GDias – como é conhecido – pediu demissão após aparecer em imagens divulgadas pela CNN Brasil circulando no Planalto no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Desde então, secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, assumiu o GSI interinamente.

Amaro foi Secretário de Segurança Presidencial em 2010, no início do governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele também foi ministro-chefe da Casa Militar, órgão que substituiu o GSI durante o governo Dilma. Amaro ficou na pasta até o golpe do impeachment contra a petista, em 2016. Posteriormente, foi chefe do Estado-Maior do Exército, até ser transferido para a reserva, em maio de 2022.

Militar, mas esvaziado

O general assume um GSI esvaziado, após a tentativa de golpe bolsonarista. Em março, o presidente Lula transferiu a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a Casa Civil. A Abin estava sob comando do (GSI) desde o governo Michel Temer (MDB). Além disso, a segurança pessoal do presidente – outra atribuição do GSI – passou a ser feita por homens da Polícia Federal (PF). Por outro lado, com a nomeação de Amaro, Lula evitou desmilitarizar a pasta, num aceno às Forças Armadas.

Nesse sentido, um dos principais desafios de Amaro será dar continuidade à “desbolsonarização” do GSI, iniciada por Cappelli. Na semana passada, o ministro interino exonerou 87 servidores ligados à gestão anterior, comandada pelo general Augusto Heleno, um dos ministros mais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A omissão de funcionários do GSI no dia da invasão é atribuída à presença de militares bolsonaristas, que estão sendo investigados pela PF.