Reação

PT contesta ação de Bolsonaro contra site ‘Verdade na Rede’, de combate a ‘fake news’

Campanha de Lula afirma que plataforma cumpre a legislação eleitoral. “Bolsonaro quer afogar o Brasil em mentiras, mas não conseguirá: somos milhares de caçadores de fake news”, diz

Reprodução
Reprodução
"Bolsonaro quer acabar com o 'Verdade na Rede' para abrir caminho para suas fake news", contesta o PT

São Paulo – A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) anunciou, nesta terça-feira (20), que vai recorrer de uma decisão da Justiça Eleitoral que mandou tirar do ar o site Verdade na Rede. A plataforma foi criada para receber denúncias de fake news e desinformações nas eleições. A remoção da página foi determinada nesta segunda-feira (19) pela ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianeri. 

A juíza acatou argumento da campanha bolsonarista de que o site pratica “falseamento de identidade” e “escamoteia a verdade”. Na decisão, a magistrada afirmou que o site dá “a falsa aparência de uma agência independente e neutra de checagem de fatos”. O que teria como “consequente submissão do usuário e da usuária à propaganda eleitoral sem seu conhecimento, seu consentimento ou mesmo sem sua filtragem ideológica”. 

A plataforma Verdade na Rede, no entanto, reúne mais de 746 desmentidos contra Bolsonaro, publicados pelas principais agências de checagens de fatos do país. Entre elas, Aos Fatos, Estadão Verifica, Agência Lupa, Fato ou Fake e AFP ChecamosAlém disso, segundo o PT, há centenas de conteúdos próprios checados e o site está listado como um ambiente digital oficial para propaganda eleitoral. Para o partido, o objetivo da ação do candidato do PL é “abrir caminho para as fake news”. 

Combate às mentiras continua

Em funcionamento desde março, o site já recebeu mais de 9 mil denúncias de notícias falsas que tinham como alvo o ex-presidente Lula e o partido. No despacho, a ministra do TSE considerou, no entanto, que faltam indicações de que se trata de uma plataforma de campanha do PT. A direção petista argumenta, porém, que a página deixa claro sua afiliação política. As postagens nas redes também contam com assinatura da coligação Lula/Alckmin. 

“Bolsonaro quer acabar com o Verdade na Rede para tentar afogar o Brasil em mentiras, repetindo o que aconteceu em 2018. Mas não conseguirá: somos milhares de caçadores de fake news, milhares de propagadores da Verdade nas Redes e nas Ruas”, anunciou a campanha de Lula nesta terça. Como a decisão do TSE dava prazo de 24 horas para a suspensão do site, a plataforma passou a operar sob novo domínio dentro do site do candidato à presidência. A inciativa, ainda segundo a legenda, continua aberta para contribuição de “voluntários no combate às fake news”. 

O PT também irá recorrer da decisão da ministra que removeu também um canal de comunicação no Telegram e seis no WhatsApp. Os perfis do site no Instagram, Facebook, Twitter, TikTok e YouTube também foram alvos do pedido de suspensão. As contas nas redes sociais somavam mais de 62 mil usuários que escolheram se cadastrar. “Nosso trabalho, sério e comprometido com a verdade, continua”, afirmou a campanha de Lula. “A defesa da verdade é um valor maior para a nossa democracia, e ela não será interrompida”. 

Leia também