Bolsonarismo

Lula não vai mudar a Bíblia. Ex-presidente e imprensa desmentem ‘fake news’ bolsonarista

A fraude criada por seguidores de Bolsonaro atribui a Lula a falsa afirmação de que a “Bíblia não terá mais o nome de Jesus”

Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil
Bolsonarismo finge ser cristão e se esconde atrás de mentiras para atacar adversários

São Paulo – Notícia falsa que tem sido divulgada nas redes sociais, com milhares de interações, afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que, se for eleito, vai mudar texto da Bíblia. A fake news mostra uma captura de tela de matéria sobre o tema, com layout imitando a página do portal g1. Vários veículos de checagem e o próprio g1 desmentiram mais uma fake news bolsonarista. “O g1 não publicou uma reportagem com esse título e conteúdo. A imagem é uma montagem e foi obtida por meio de manipulação fraudulenta da página”, diz o portal.

A fraude atribui a Lula a falsa afirmação de que a “Bíblia vai adotar pronome neutro e não terá mais o nome de Jesus”. A equipe de Lula se manifestou nas redes sociais para desmentir a mentira bolsonarista. “Tem gente compartilhando por aí a fake news dizendo que Lula quer modificar a Bíblia. Quem distorce os ensinamentos da Bíblia são aqueles que defendem o ódio ao invés do amor. Compartilhe @verdadenarede! #EquipeLula”, postou.

Como denunciar

Um endereço na internet funciona como uma “vacina” contra fake news que atacam o ex-presidente Lula e sua pré-candidatura à presidência. É o site lula.com.br/verdadenarede, no qual os cidadãos podem denunciar as notícias falsas que recebem nas redes sociais e aplicativos de mensagem, como WhatsApp e Telegram.

Em sua página na internet, a equipe de Lula lembra que esse tipo de notícia falsa é chamada de  “espelho”, e é muito usada pelo bolsonarismo para acusar adversários de algo que os próprios bolsonaristas cometem. “Quem alterou o livro sagrado, de verdade, foram os bolsonaristas, ao imprimir bíblias com fotos de políticos para fazer propaganda indevida”, diz o site de Lula.

Em março, a jornalista Magali Cunha, pesquisadora de mídias, religiões e política do Instituto de Estudos da Religião (Iser), alertou que, desde o início do ano, estava aumentando muito a quantidade de fake news com mentiras sobre a oposição a Jair Bolsonaro, especialmente contra Lula.

Os autores das notícias falsas criam ideias e conceitos sobre supostos inimigos das igrejas. Os conteúdos mentirosos trabalham com a imposição do medo. Uma das mentiras mais comuns é a que explora a ideia de que a esquerda, e Lula, ameaçam a liberdade religiosa. A mentira sobre a alteração no texto da Bíblia é uma variação dessa prática.