Rio de Janeiro

Procuradoria do Rio pede cassação do governador Cláudio Castro e do vice por abuso de poder

Além da cassação, Procuradoria pede a inelegibilidade de Cláudio Castro (PL) e Thiago Pampolha (MDB) por oito anos, a contar de 2022

GovRJ_Divulgação
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A chapa encabeçada por Cláudio Castro cometeu crime de abuso de poder econômico e político, empregando milhares de aliados e cabos eleitorais

São Paulo – A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE–RJ) pediu a cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), e de seu vice, Thiago Pampolha (MDB-RJ). E também a declaração de inelegibilidade de ambos por oito anos, a contar de 2022. Conforme parecer emitido ontem (2) pelo órgão, a chapa cometeu crime de abuso de poder político e econômico ao realizar milhares de contratações.

Entre os órgãos que contrataram, a Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Tudo sem transparência e em ano eleitoral. Em relação à universidade, dezenas de milhares de pessoas foram contratadas como bolsistas em programas de extensão criados às vésperas das eleições, sem objetivo claro.

Entre os contratados estavam cabos eleitorais de Castro e seu vice. O caso veio à tona em ação movida pelo candidato derrotado ao governo fluminense e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT). Segundo ele, o governo Castro criou também cargos secretos em programas sociais, com desvios generalizados. Ou seja, aliados contratados como funcionários fantasmas, que recebiam pagamentos feitos em dinheiro vivo, na boca do caixa de agências bancárias.

Ampla promoção pessoal

O parecer assinado pelas procuradoras Neide Cardoso de Oliveira e Silvana Batini aponta que todas essas ações levaram ao “evidente desequilíbrio do pleito”. E afirma que o esquema chamado de “farra eleitoral” levou à “ampla promoção pessoal” do governador e de seu vice.

Ainda segundo a Promotoria eleitoral, os investigados conseguiram vantagens com recursos públicos que ajudaram na reeleição de Cláudio Castro. As verbas movimentadas nos programas irregulares na Fundação Ceperj e na Uerj ultrapassaram R$ 1 bilhão em 2022. Naquele ano, Castro foi reeleito em primeiro turno com 58% dos votos.

Este é o último estágio antes do julgamento do mérito na Ação de Investigação Judicial Eleitoral, em tramitação desde o fim de 2022 no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

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Redação: Cida de Oliveira – Edição: Helder Lima


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