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Partidos declaram apoio ao petista Arlindo Chinaglia para presidir a Câmara

PT e mais seis partidos lançam oficialmente a candidatura do deputado para enfrentar Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é o nome da oposição; eleição será realizada no dia 1º de fevereiro

Elza Fiúza/Arquivo/ABr

Chinaglia: ‘O presidente da Câmara, para ser bom, sempre vai ter resistência de outros poderes’

Brasília – Faltando pouco para o recesso parlamentar e em um dia tumultuado pela realização de sessões plenárias repletas de pautas importantes para serem votadas ainda este ano, representações partidárias da Câmara dos Deputados aproveitaram a manhã desta quarta-feira (17) para declarar apoios às candidaturas de parlamentares que disputarão a presidência da Casa no dia 1º de fevereiro.

No Salão Verde, o PT e seis legendas, entre eles, PDT, PCdoB e o PROS, lançaram oficialmente o nome de Arlindo Chinaglia (PT-SP), que já ocupou o cargo entre 2007 e 2009 e hoje é primeiro-vice-presidente da Casa. E mais adiante, representantes do PTB, PSC e DEM confirmaram o apoio ao candidato do PMDB ao cargo, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Chinaglia disse que trabalhará para tentar ampliar o apoio a sua campanha. Segundo ele, apesar de muitos deputados já terem declarado apoio ao adversário Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “não há unanimidade nos partidos”. O candidato destacou que respeitará seus adversários na disputa e disse que a tarefa de presidente da Câmara “é árdua” e exige capacidade de articulação e negociação.

“O presidente da Câmara, para ser bom, sempre vai ter resistência de outros poderes. O parlamento, para exercer com altivez seu papel, vai divergir em algum momento com o que o Executivo faz, com o que o Judiciário faz”, avaliou. Do partido do governo, Chinaglia garantiu que conduzirá a Casa com independência. “A Mesa tem o dever da imparcialidade. Nem vai servir ao governo, nem à oposição”, afirmou.

Votos

O lançamento da candidatura do deputado marcou o início do período pela contagem de votos de apoio aos que estão na disputa. Será uma eleição acirrada, conforme o próprio candidato reconheceu. “Sou visto quase como azarão se acreditar em tudo que leio, mas acho isso precipitado”, acentuou Chinaglia durante entrevista coletiva, quando destacou que espera que tudo ocorra de forma “limpa, honesta e democrática”.

O deputado, entretanto, disse admitir que a decisão de deixar apenas para agora a escolha do seu nome por parte do PT foi tardia. Mas, segundo deixou claro, isso aconteceu pelo fato  do partido ter priorizado a votação de matérias importantes – o que avaliou como um trabalho positivo da legenda.

“A prioridade não era a disputa do ano que vem, pois tínhamos propostas fundamentais para o país a serem discutidas e cuja aprovação precisava ser tratada com articulação em torno da sua candidatura começou tardiamente. “A prioridade do PT era a aprovação de matérias importantes, e não a disputa do ano que vem. Além disso, o PT não queria lançar candidatura sozinho”, afirmou.

Candidaturas

O líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já lançou candidatura dias atrás, tem o apoio do seu partido, bem como do PTB, PSC e DEM. O peemedebista tem dito que buscará a independência da Câmara em relação ao governo, caso eleito. Outros partidos ainda estudam acompanhar o peemedebista, entre eles, o PR, PSD e PP.

Segundo Cunha, o voto no seu nome já foi declarado por 109 deputados. Ele tem colocado que buscará uma Câmara mais independente “nem contra nem submissa ao governo”. “Não viemos fazer qualquer tipo de bravata, só vamos cumprir o regimento interno e a Constituição e tratar todos com igualdade, seja do governo ou da oposição”, destacou.

Numa terceira via, estão se mobilizando integrantes do PSB, PPS, PV e SDD que prometem discutir o tema e, dependendo, até apresentar uma candidatura por parte do bloco. Ou seja, o momento é de corrida pela conquista dos indecisos.

*Com Hylda Cavalcanti