São Paulo – A Câmara dos Deputados divulgou nesta terça-feira (17) imagens inéditas da invasão do Congresso pelo terrorismo bolsonarista no dia 8. As cenas vão desde o momento que a turba avança pela Esplanada dos Ministérios, rompendo a barreira da Polícia Militar, passando pela depredação das instalações do Congresso, os confrontos com policiais legislativos e a prisão dos terroristas no final da noite daquele domingo.

Logo no início, as imagens da invasão mostram golpistas atirando uma viatura no espelho d’água do Congresso. Em seguida, eles ocupam as cúpulas, a rampa e o teto da sede do Legislativo. Posteriormente, do lado de dentro, os policiais da Câmara tentam conter o avanço dos terroristas.

Os vândalos atacam usando sinalizadores, porretes e estilingues com bola de aço, enquanto as forças de segurança reagem com spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. “Precisamos de apoio! Escudeiro, escudeiro”, gritam os policiais.

Os registros das câmeras de segurança também mostram o momento em que um homem utiliza um extintor de incêndio para quebrar a porta da liderança do PT. Ele foge, logo em seguida, antes das chegada dos policiais. Outro homem aparece ateando fogo ao sistema de informática da Casa. O princípio de incêndio logo é contido pelos bombeiros.

No salão verde, uma idosa inicia a destruição da maquete do Congresso, arrancado as torres da Câmara e do Senado. Na sequência, um grupo de homens derruba e quebra a mesa que dá sustentação à maquete. Já perto da meia-noite, as imagens mostram a Polícia Legislativa conduzindo os invasores presos pelo corredor Tereza de Benguela, que dá acesso ao plenário da Câmara.

Senado

Da mesma forma, o Senado divulgou ontem (17) imagens que mostram os policiais da Casa tentando conter a invasão do Congresso. As cenas foram captadas por uma câmera instalada no uniforme de um dos agentes. “No Salão Verde (Câmara), os ânimos estão bem acirrados. Vamos preparar a tropa para se eles tentarem subir aqui”, diz o policial.

Também é possível ouvir uma série de explosões de bombas e fogos de artifícios que os invasores lançaram contra a tropa. Os policiais reagiram, usando bombas de efeito moral e spray de gás CS (tipo de gás lacrimogêneo). “Fechem os escudos, abaixem as viseiras”, alerta o comandante.

Responsabilização

Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entregou notícia-crime contra os invasores ao procurador-geral da República, Augusto Aras. “Esperamos que o Ministério Público cumpra o seu papel e promova a responsabilização não só por causa da depredação, que é grave, mas sobretudo por causa do atentado sofridos pelas instituições”, afirmou Lira.

Anteriormente, na sexta (13), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também levou uma representação à PGR pedindo prisão preventiva e bloqueio de bens dos vândalos que foram presos em flagrante, durante a invasão. A Polícia Legislativa e a Advocacia-geral do Senado identificou 38 pessoas que vandalizaram o Congresso. Levantamento preliminar estima em mais de R$ 7 milhões os prejuízos causados pelos golpistas, na Câmara e no Senado.