São Paulo – A Jovem Pan decidiu demitir os comentaristas Rodrigo Constantino e Zoe Martinez menos de uma semana depois de o Ministério Público Federal (MPF) instaurar inquérito civil para apurar a conduta da emissora. A investigação quer esclarecer a veiculação de “notícias falsas e comentários abusivos”, sobretudo “contra os Poderes constituídos e a organização dos processos democráticos do país”.

Três dias depois da notícia de abertura de inquérito, a Jovem Pan já havia afastado ambos temporariamente. Agora a empresa confirmou a formalização das demissões, diz a Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, a rede de extrema direita tenta “renovar o quadro de funcionários”.

Os demitidos são acusados de espalhar notícias falsas, além de estimular ataques antidemocráticos. A conta de Rodrigo Constantino está bloqueada pelo Twitter. Na primeira semana de janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que as redes sociais suspendam as contas dele e também dos jornalistas bolsonaristas Guilherme Fiuza e Paulo Figueiredo, por divulgar discursos de ódio e antidemocráticos.

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Incentivo à escalada golpista

De acordo com levantamento realizado pelo MPF nos últimos meses, a Jovem Pan tem veiculado sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional. O período averiguado coincide com a escalada de movimentos golpistas e violentos em todo o país.

Nem mesmo depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a emissora golpista parou com a prática. Na cobertura dos atos de terrorismo dia 8 em Brasília, os “comentaristas” da rede continuaram a reproduzir ideias golpistas do manual bolsonarista.

Segundo o MPF, o descrédito às instituições e ao processo democrático “vêm ganhando fôlego na programação da Jovem Pan desde meados de 2022, antes mesmo do início do período eleitoral”.