Moraes atende a PF e abre inquérito contra deputada suspeita de organizar transporte de golpistas
Deputada Coronel Fernanda (PL-MT) é investigada pelo STF, acusada de ter organizado fretamento de ônibus para levar bolsonaristas de Mato Grosso a Brasília
Publicado 30/03/2023 - 10h43
São Paulo – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, ontem (29), a abertura de inquérito para investigar a participação da deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) nos atos terroristas do dia 8 de janeiro, em Brasília. A parlamentar é suspeita de ter atuado para ajudar no fretamento de ônibus para levar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de Mato Grosso para o Distrito Federal.
A decisão do ministro atendeu a um pedido da Polícia Federal que, ao pedir a apuração, citou depoimento da aposentada Gizela Cristina Bohrer, de 60 anos. Moradora de Barra das Garças, município matogrossense, ela disse ter viajado à capital federal em ônibus fretado pela Coronel Fernanda e outros dois políticos para apoiadores bolsonaristas. Com a autorização do STF, a PF realizará diligência para aprofundar o caso.
Quinta parlamentar investigada
A deputada federal também passa a ser a quinta parlamentar investigada por possível envolvimento nos atos golpistas que vandalizaram os prédios do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto. Além da Coronel Fernanda, também são investigados os deputados André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE), Silvia Waiâpi (PL-AP) e cabo Gilberto Silva (PL-PB). Todos negam ligação com os atos golpistas.
Mas, na semana passada, a PF apontou ao Supremo que houve crime na conduta das parlamentares Silvia Waiâpi e Clarissa Tércio por declarações de incentivo aos atos antidemocráticos. Em resposta, Moraes – que é relator dos inquéritos que investigam os atos bolsonaristas – enviou relatório da PF para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se há indícios contra as deputadas.
Ainda nesta quarta, o ministro, que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reuniu-se com integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apuram atos golpistas do dia 8 de janeiro na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na ocasião, Moraes concedeu autorização para o compartilhamento de informações referente aos atos entre a CPI e o Supremo com os deputados distritais.
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