OPERAÇÃO NERO

Megaoperação da Polícia Federal e forças estaduais prende terroristas e ‘patriotas’ da baderna

Polícias executam 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão no DF e estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro

PCDF/Divulgação
PCDF/Divulgação
Operação Nero: nome da operação faz referência a um imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma

São Paulo – Está em andamento no Distrito Federal, desde a noite de ontem, uma megaoperação da Polícia Federal em conjunto com as polícias civis estaduais contra suspeitos de participarem de atos terroristas, incitarem atos antidemocráticos e suspeitos de organizarem grupos armados. Em cumprimento à chamada Operação Nero, estão sendo presas pessoas envolvidas na tentativa de invasão à sede da Polícia Federal no dia 12 de dezembro.

O nome da operação faz referência a um imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma. Ao todo, as polícias executam 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão nesta quinta-feira (29), por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). As ações ocorrem no Distrito Federal e nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo o g1, entre os alvos da operação estão bolsonaristas que frequentavam o acampamento no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília. Na manhã de hoje, no mínimo três pessoas tinham sido presas na capital federal e no Rio de Janeiro: Klio Damião Hirano, Atilla Mello e Joel Pires Santana. De acordo com as informações, um dos suspeitos estava em um hotel de Brasília, não foi encontrado e é considerado foragido.

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Preso em São Gonçalo

Átila Reginaldo Franco de Melo, de 41 anos, um dos presos, foi localizado em São Gonçalo, no Rio. Ele é suspeito de participar da tentativa de invasão ao edifício-sede da Polícia Federal no dia 12 e outros atos criminosos, como provocarincêndios em veículos e ônibus.

Klio Damião é uma mulher que faz publicações golpistas do acampamento dos “patriotas”de Brasília nas redes sociais. Joel Pires Santana, de Rondônia, onde foi preso, é pastor evangélico e também participa dos atos antidemocráticos em Brasília.

As polícias procuram Alan Diego Rodrigues, suspeito de tentar organizar um ato terrorista com o comparsa George Washington de Oliveira Sousa, que está preso  preventivamente sem data para expirar a detenção. Eles são acusados de tentar instalar uma bomba em um caminhão de combustíveis próximo ao aeroporto internacional de Brasília no sábado (24).

Muitos crimes

Em seu site na internet, a Polícia Civil do DF afirma que “os crimes objetos da apuração são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão”.

Pelo Twiter, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, se manifestou sobre a operação conjunta. “As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo”, escreveu.

Terroristas resistem

O governo do Distrito Federal, aparentemente, tentou desmontar parte do acampamento de golpistas e fanáticos bolsonaristas em frente ao quartel-general do Exército na capital pela manhã, mas recuaram da ação ao serem recebidos com violência pelos acampados. A Polícia do Exército, presente no local, não tomou qualquer atitude diante da situação.

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