Tensão

Bolsonarista que montou bomba em caminhão ficará preso por tempo indeterminado

Audiência de custódia do suspeito George Sousa neste domingo converteu prisão em flagrante em preventiva. Para investigadores, tentativa de explosão teve motivação “ideológica”

Reprodução / PCDF
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George Sousa foi autuado por posse e porte ilegal de arma de fogo, munição e artefatos explosivos, e por crime contra o Estado Democrático de Direito

São Paulo – A Justiça do Distrito Federal converteu em preventiva a prisão em flagrante do empresário George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos. Ele passou por audiência de custódia neste domingo (25). No sábado, o homem foi detido, suspeito de montar um artefato explosivo em um caminhão perto do Aeroporto de Brasília.

De acordo com os investigadores, a tentativa de explosão teve “motivação ideológica”. A Polícia Civil afirma que George, morador do Pará, é um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) que foi à capital para participar de atos no quartel-general do Exército.

Com a decisão, ele ficará preso por tempo indeterminado. O homem foi autuado por posse e porte ilegal de arma de fogo, munição e artefatos explosivos, e por crime contra o Estado Democrático de Direito.

Na decisão que manteve a prisão do suspeito, a juíza Acácia Regina Soares de Sá afirma que os fatos “caracterizam a situação de acentuado risco à incolumidade pública, suficientes para justificar a segregação cautelar como medida necessária e adequada para contenção de seu ímpeto delitivo, o qual colocou em risco toda a sociedade”.

A magistrada também cita o arsenal encontrado no apartamento alugado, no Sudoeste, onde o suspeito foi preso.

“A garantia da ordem pública, além de visar impedir a prática de outros delitos, busca também assegurar o meio social e a própria credibilidade dada pela população ao Poder Judiciário, vez que os armamentos e artefatos encontrados em posse do autuado possuem grande potencial lesivo, entre elas, um fuzil AR10, duas espingardas calibre 12, 30 cartelas de munição 357 magnum, 39 cartelas de munição 9 mm contendo 10 munições intactas não deflagradas, duas caixas contendo 50 munições de 9 mm, entre outros, capazes de causar danos a uma grande quantidade de pessoas e bens.”

As investigações começaram depois que um artefato explosivo foi encontrado em um caminhão-tanque de combustível, nos arredores do aeroporto. O motorista do veículo percebeu o objeto estranho e acionou a Polícia Militar, que interditou a área.

A corporação confirmou que o material era explosivo e detonou o artefato durante a tarde desse sábado. À noite, a Polícia Civil anunciou a prisão do suspeito, em um apartamento no Sudoeste. Ele foi levado à 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul.

De acordo com a apuração, depois de montar o artefato, o suspeito George Sousa entregou o objeto para uma outra pessoa – já identificada pelos investigadores – que ficou responsável por levar o dispositivo até a região do Aeroporto JK.

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Agora, a Polícia Civil apura a participação de mais pessoas no caso. “Tem outras pessoas envolvidas. Também serão identificadas e serão presas, como ele. Nós não iremos aceitar aqui em Brasília, capital da República, esse tipo de atitude de extremismo político”, disse Robson Cândido.


Com informações do g1


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