Dando a largada

Lula: ‘Não podemos aceitar a ideia de que o PIB não vai crescer. Nós vamos fazer crescer’

Ao abrir reunião ministerial, presidente disse que “é quase que o começo” de fato do mandato. “A gente começa agora o campeonato”

Reprodução/TV BRasil
Reprodução/TV BRasil
“Por isso que Haddad é o ministro da Fazenda, é porque ele é criativo", disse o presidente, de bom humor na reunião

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza, na manhã desta sexta-feira (10), reunião ministerial que classificou como inaugural. Lula destacou que não admite a hipótese de o PIB não crescer este ano e disse que a reunião é “quase que o começo de verdade do nosso mandato”.

Usando metáfora futebolística, como de costume, explicou que, depois de cada ministro ter tido dois meses para montar a respectiva pasta, com as dificuldades para preencher os cargos de confiança, chegou o “momento em que a gente começa de verdade o campeonato”.

Apesar disso, destacou o fato inédito de a equipe de transição ter conseguido a aprovação, no Congresso Nacional, da proposta de emenda à Constituição (PEC) que possibilitou que o governo tenha recursos para de fato governar o país. “Uma coisa que a gente deve aos companheiros da política e da área econômica.”

Apenas a apresentação da reunião foi transmitida pelos canais governamentais nas redes e na TV Brasil. Mas é significativo que tenha ocorrido no dia seguinte à reunião entre Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na noite de ontem, quando ambos jantaram e conversaram sobre a governabilidade e a relação entre Executivo e Legislativo.

Por que Haddad é ministro

Na reunião com os ministros, Lula provocou risos e um momento de descontração ao comentar as dificuldades orçamentárias, ante a necessidade de investimentos para o país voltar a crescer.

“Por isso é que Haddad é o ministro da Fazenda, é porque ele é criativo. Se não tiver dinheiro a gente vai atrás dele e ele vai ter que arrumar. Ele e a Simone vão sentar na mesa e vão arrumar o dinheiro que nós precisamos para fazer investimentos nesse país”, disse.

Depois, Lula defendeu que o governo precisa desafiar previsões econômicas negativas. “A gente não pode aceitar a ideia de que o PIB não vai crescer porque alguém disse que o PIB não vai crescer. Nós vamos fazer o PIB crescer”, afirmou. “Quero saber o papel dos bancos públicos pra alavancar o crescimento. Dinheiro bom é dinheiro transformado em obras.”

Obras paradas

O chefe do governo chamou a atenção para o fato de que há 14 mil obras paralisadas em todas as áreas no país, milhares das quais na área da educação e 186 mil casas do Minha Casa Minha Vida, por exemplo. Citou o caso de uma ponte entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) apelidada de “picolé”, porque foi construída pela metade.

Ele destacou ainda, como êxito, “a rapidez com que o governo atendeu (os efeitos da) catástrofe” provocada pelas chuvas no litoral norte de São Paulo. Disse também que depois da viagem à China quer viajar pelo Brasil para fazer inauguração de obras.

Puxão de orelha

Embora também com bom humor, Lula deu um puxão de orelha no ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom). “Queria sugerir ao nosso companheiro Pimenta que é preciso colocar a criatividade da Comunicação em funcionamento, pra gente criar um novo nome. O PAC foi importante, mas se a gente puder criar um novo programa é importante. Sabe, mostra que a gente está renovando, inovando, que a gente tem criatividade pra fazer outras coisas”, pediu.


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