Na ativa

Lula está bem, fala com Lira e vai à China no domingo. Líderes ficam para ‘pacificar’ Congresso

No Brasil, governo trabalha para resolver crise entre Câmara e Senado. Na China, proporá a Xi Jinping a busca de mediação para o conflito entre Rússia e Ucrânia

José Cruz/Agência Brasil
José Cruz/Agência Brasil
Lula quer entendimento entre Câmara e Senado para o governo não parar

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) no início da noite desta sexta-feira (24). O encontro confirmou a informação do ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), em entrevista logo após agenda com Lula, no Palácio da Alvorada. Lula havia desmarcado reunião prevista para hoje de manhã, mas retomou a agenda depois apresentar evolução do quadro de pneumonia leve, diagnosticada na véspera. O objetivo era discutir com a equipe a as ações da semana.

O ministro confirmou o embarque de Lula à China no domingo de manhã (26), sem necessidade da nova avaliação prevista para este sábado (25). O presidente chinês Xi Jinping tem encontro marcado com Lula na próxima terça-feira (28). O encontro tratará de diversas possibilidades de entrosamento comercial bilateral entre os países. Mas também reservará espaço para discutir meios de envolver países neutros com capacidade de intervir por negociações de paz na guerra da Ucrânia. Lula ficarea na China até o dia 31, quando embarca para os Emirados Árabes, antes de retornar ao Brasil.

Pimenta será um dos “ministros palacianos” que ficará em Brasília durante a viagem de Lula, ao lado do presidente em exercício Geraldo Alckmin. Além disso, a pedido de Lula, os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que acompanhariam o presidente, também ficarão no Brasil, informa o g1. A missão é trabalhar por uma pacificação entre Senado e Câmara.

Segundo o ministro, a conversa é necessária porque Lira desistiu de compor a delegação que irá com Lula à China. Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estará na viagem. O Planalto “tem interesse no equilíbrio entre as casas e que as medidas provisórias tramitem com rapidez”, disse o ministro

Nós a desatar e relações a atar

Treze medidas apresentadas por Lula desde 1º de janeiro estão paradas no Congresso por falta de acordo entre Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Lira quer manter o controle sobre o comando das comissões que apreciam as MPs antes de irem a votação. O método foi adotado na pandemia, mas o presidente do Senado defende que, retomada normalidade do Congresso, se retome também o rito definido pela Constituição. Ou seja, por meio da formação de comissões mistas, de deputados e senadores, de modo a equilibrar a influência das duas casas sobre a tramitação das MPs.

“Temos interesse no equilíbrio entre as casas para que as matérias possam tramitar com rapidez”, explicou.

Por outro lado, existe muita expectativa em torno da agenda do Brasil na China a próxima semana. O encontro Lula e Xi Jinping provoca ansiedades pelos setores comercial, industrial e agrícola dos países quanto a possibilidades de negócios num futuro vigiado pelas preocupações com o clima, Mas também para a geopolítica global, dado distanciamento estratégico das duas nações em relação às ações militares no conflito entre Rússia e Ucrânia. Um guerra que nenhuma das partes está disposta a perder, mas que ambas já perderam.

No dia seguinte, quarta (29), parte da comitiva brasileira segue de Pequim para Xangai. A maior cidade da China é sede do Banco dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento. A ex-presidenta Dilma Rousseff será a primeira mulher a comandar o banco que ajudou a criar, em 2014, junto com Rússia, China, Índia e África do Sul, que compõem o bloco. E deve ficar no cargo até 2025. Segundo analista, a indicação de uma ex-chefe de Estado para presidir o NBD dará um novo status à instituição formada para se tornar uma alternativa de fomento aos países em desenvolvimento.


Leia também


Últimas notícias