Pauta ampla

Lula vai à China de 26 a 31 de março com comitiva de congressistas e empresários

País governado por Xi Jinping é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. Além da agenda bilateral, papeis dos países na questão climática e guerra na Ucrânia serão assuntos dos líderes

Ricardo Stuckert/PR e Imprensa do Kremlim/WikiMedia Commons
Ricardo Stuckert/PR e Imprensa do Kremlim/WikiMedia Commons
Xi Jinping e Lula se reúnem em Pequim na terceira viagem do petista ao país oriental como chefe do governo brasileiro

São Paulo – O Palácio do Planalto confirmou, nesta sexta-feira (17), que a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à República Popular da China será no período de 26 a 31 de março, “a convite do presidente Xi Jinping”. É a terceira visita de Estado do chefe de governo brasileiro ao país oriental. Ele esteve China em 2004 e 2009.

Segundo o Planalto, estão previstas reuniões de Lula, além de Xi, com o primeiro-Ministro Li Qiang e o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji, todas em Pequim. A agenda terá temas “da ampla pauta bilateral, incluindo comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudança climática e paz e segurança mundial”. Ou seja, além da relação comercial, os papeis de Brasil e China na questão ambiental e nas negociações envolvendo a guerra na Ucrânia estarão em pauta.

Em Xangai, Lula visitará a sede do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos Brics. A ex-presidenta Dilma Rousseff integrará a delegação brasileira e será apresentada como futura presidenta do banco que ajudou a criar. A comitiva presidencial será composta também de parlamentares, governadores, ministros e empresários.

A China Que Você Não Conhece – China Central Episódio 1

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões, com superávit de US$ 61,8 bilhões. Os países comemorarão 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas em 2024.

A ministra adjunta dos Negócios Estrangeiros da China e porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Hua Chunying, comentou a visita de Lula no Twitter. “China e Brasil, ambos grandes países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes, são parceiros estratégicos globais, e têm formado um exemplo de solidariedade, cooperação e desenvolvimento comum entre os grandes países em desenvolvimento”, escreveu Hua. Em seguida, acrescentou: “A visita do Presidente Lula elevará a nossa parceria a um novo patamar”.

Grande comitiva

A comitiva de Lula na viagem será composta de mais de 200 pessoas, incluindo 20 deputados, governadores e vários ministros. Entre os parlamentares da Câmara e do Senado estarão:

  • O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL);
  • A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ);
  • O presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, Fausto Pinato (PP-SP);
  • O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE);
  • Carlos Zarattini (PT-SP);
  • Túlio Gadelha (Rede-PE).
  • O presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG);
  • Renan Calheiros (MDB-AL), presidente da Comissāo de Relações Exteriores do Senado;
  • Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do Governo no Congresso;
  • Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo; e
  • Eliziane Gama (PSD-MA), líder da bancada feminina

Poder de Xi Jinping

O presidente chinês, Xi Jinping, foi reeleito no último 10 de março, pelo Partido Comunista (PCC), para o terceiro mandato. Ele é considerado politicamente o líder mais poderoso do país desde Mao Tsé-Tung. Está no poder desde 2013. Mao foi o chefe de Estado por 27 anos.

Em 2023, a China e os Estados Unidos chegam ao maior nível de tensão desde a Guerra Fria. Apesar de apoiarem a Ucrânia na guerra com a Rússia, fornecendo armamentos e bilhões de dólares, os americanos fazem ameaças veladas aos chineses, acusando-os de terem a intenção de fornecer ajuda a Moscou.

Os EUA também protestam contra o que chamam de uma preparação para uma ofensiva contra Taiwan, que a China considera historicamente parte de seu território. Após a vitória da Revolução Chinesa (comunista) em 1949,  o ex-governante Chiang Kai-shek buscou refúgio na ilha, a 130 km da China continental. A partir de então há em Taiwan um governo autônomo com o apoio dos Estados Unidos.

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