Por orientação médica, viagem de Lula à China é adiada
Presidente apresenta quadro de broncopneumonia considerada leve, mas médicos aconselharam recolhimento até que se complete o tratamento
Publicado 25/03/2023 - 17h04
São Paulo – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adiou novamente, neste sábado (25), a viagem que faria à China amanhã (26). Ele foi diagnosticado com “pneumonia leve” ontem e, após ser reavaliado hoje, foi orientado a rever a agenda. Ainda não há nova data para a visita oficial àquele país.
De acordo com a Secretaria de Imprensa da Presidência da República, Lula apresenta “melhora clínica” e deverá remarcar a viagem. O adiamento também já foi comunicado para as autoridades chinesas com a reiteração do desejo de uma nova data.
“O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu entrada no Hospital Sirio-Libanês – unidade Brasília, em 23/3/2023, com sintomas gripais. Após avaliação clínica, foi feito diagnóstico de broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A, sendo iniciado tratamento. Após reavaliação no dia de hoje e, apesar da melhora clínica, o serviço médico da Presidência da República recomenda o adiamento da viagem para China até que se encerre o ciclo de transmissão viral”, destacou em nota a doutora Ana Helena Germoglio.
Leia a íntegra da nota:
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu entrada no Hospital Sirio-Libanês – unidade Brasília, em 23/3/2023, com sintomas gripais. Após avaliação clínica, foi feito diagnóstico de broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A, sendo iniciado tratamento.
Após reavaliação no dia de hoje e, apesar da melhora clínica, o serviço médico da Presidência da República recomenda o adiamento da viagem para China até que se encerre o ciclo de transmissão viral.
Dra. Ana Helena Germoglio
Reuniões na sexta
Após o diagnóstico, na noite de quinta, a agenda do presidente para sexta havia sido cancelada. Lula, no entanto, apresentou um quadro de evolução e decidiu reagendar uma reunião com ministros para discutir as ações da semana. O encontro ocorreu durante a tarde no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência.
O presidente encontrou-se ainda o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), num trabalho de pacificação entre a Casa com o Senado. Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disputam o controle sobre o comando das comissões que apreciam as Medidas Provisórias (MPs) antes de irem para votação. O impasse vem prejudicando o Palácio do Planalto, que tem pelo menos 13 MPs paradas no Congresso por falta de acordo.
Sobre a viagem à China
A viagem à China é cercada de expectativas pelo governo federal. Lula encontraria com o presidente chinês, Xi Jinping, na próxima terça (28). O encontro visava tratar das diversas possibilidades de entrosamento comercial bilateral entre os países. O presidente brasileiro ainda reservava espaço para discutir meios de envolver países neutros com capacidade de intervir por negociações de paz na guerra da Ucrânia.
Lula ficaria na China até o dia 31, quando embarcaria para os Emirados Árabes, antes de retornar ao Brasil.
Agendas
Após a decisão do presidente, o Ministério da Fazenda também divulgou neste sábado que o ministro Fernando Haddad não embarcará para a China. Haddad acompanharia Lula nas reuniões bilaterais com o maior parceiro econômico do Brasil. O ministro deve permanecer em Brasília nesta semana, o que pode também antecipar a decisão do novo arcabouço fiscal.
A apresentação da proposta de uma nova regra para substituir o teto de gastos foi adiada, a pedido do presidente, para depois da viagem internacional. Com o cancelamento, Pacheco, que também integraria a comitiva a convite do petista, também informou, por meio da assessoria, que não viajará para a China neste momento. A agenda de compromissos oficiais foi mantida, contudo, pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Fávaro está no país asiático desde segunda (20). De acordo com sua assessoria, o ministro manterá os compromissos e retornará ao Brasil na quinta (30). A programação empresarial paralela, com empresários brasileiros que acompanhariam Lula, também permanece, de acordo com a Secom.