Lula e Bolsonaro, Dilma e Temer: encontros ‘esquentam’ posse de Moraes no TSE
Será a primeira vez que os dois principais candidatos à Presidência se encontrarão pessoalmente. Novo presidente do TSE será o condutor das eleições de 2022
Publicado 15/08/2022 - 18h59
São Paulo – A posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (16), a partir das 19h, em sessão solene, terá a provavelmente tensa presença do presidente Jair Bolsonaro e a já confirmada participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um segundo encontro potencialmente “nervoso” será o da ex-presidenta Dilma Rousseff e o seu ex-vice-presidente, Michel Temer, considerado um dos articuladores do golpe do impeachment que o levou a herdar o mandato.
Na mesma ocasião, o ministro Ricardo Lewandowski será empossado vice-presidente da Corte. A cerimônia será transmitida pelo canal do TSE no YouTube e pela TV Justiça. Ambos foram eleitos no dia 14 de junho. Eles serão responsáveis por conduzir as eleições de 2022. O TSE foi presidido pelo ministro Edson Fachin nos últimos seis meses.
Alexandre de Moraes nasceu em São Paulo É ministro efetivo do TSE desde 2 de junho de 2020, depois de atuar como substituto desde abril de 2017. Foi promotor de Justiça, advogado, professor de Direito Constitucional, consultor jurídico e ministro da Justiça. Tomou posse como ministro do STF em março de 2017.
O ministro havia cumprido a formalidade de convidar Bolsonaro, atual presidente, e também todos os presidente e ex-presidentes da República que estejam vivos. Em um evento “tranquilo” no Palácio do Planalto, na quarta-feira (10), o atual mandatário confirmou na hora a sua presença à posse de Moraes no TSE.
Contudo, só nesta segunda-feira (15), a assessoria de imprensa de Lula (PT) confirmou que o ex-presidente também vai comparecer, assim como fizeram Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
Moraes é um dos principais alvos das declarações golpistas de Bolsonaro. Sua posse para comandar as eleições deste deste ano, ocorre em meio a uma série de ataques do presidente ao sistema eleitoral brasileiro e às vésperas do feriado de 7 de setembro, quando bolsonaristas, incentivados pelo presidente, planejam fazer novas manifestações encampando discursos contra a credibilidade das urnas eletrônicas.
Mais Moraes e Bolsonaro
Na semana passada, o ministro Moraes também foi sorteado relator do registro da chapa do presidente Jair Bolsonaro e seu vice, o general Braga Netto, para disputar as eleições. O magistrado é relator do inquérito no STF que apura a influência das fake news nas eleições de 2018.
Em mais um evento envolvendo o ministro e o presidente, Moraes também foi sorteado relator da ação, com pedido de liminar, em que o deputado federal Israel Batista (PSB-DF) pede que a União apresente um plano nacional de combate à varíola dos macacos. Na ação, o parlamentar também pede autorização para que os estados adotem as medidas necessárias, como a vacinação compulsória de grupos de risco. O deputado quer ainda que Executivo “se abstenha de divulgar notícias falsas” sobre a doença.
“Apesar da disseminação da varíola dos macacos, há total inércia por parte da União Federal sobre o tema, inexistindo, até o presente momento, um Plano Nacional eficiente e operacional, endossado por autoridades sanitárias e científicas, no intuito de coordenar esforços contra a potencial epidemia de Monkeypox”, argumenta Batista. Ele lembra que o Executivo determinou o fechamento da Sala de Situação para monitoramento da monkeypox.
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