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Lula diminui diferença para Bolsonaro entre evangélicos, segundo Datafolha

De acordo com estudo desta quinta-feira, diferença caiu de 23 para 17 pontos percentuais

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Em ato com evangélicos, Lula disse que “não é aceitável um pastor que diz que fala em nome de Deus mentir”

São Paulo – A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (15), sobre a disputa para a presidência da República, mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) melhorou o desempenho entre os eleitores evangélicos. O estudo mostra que Lula subiu de 28%, em 9 de setembro, para 32%. Por sua vez, Bolsonaro oscilou para baixo, de 51% para 49%, no segmento que representa uma de suas bases mais importantes. A diferença, portanto, caiu 6 pontos percentuais, de 23% para 17%.

A campanha da coligação Brasil da Esperança ganhou importante apoio da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), que pode ajudar a conquistar votos no segmento evangélico. Embora não utilize a religiosidade para fins eleitorais e se relacione com a fé de maneira ética, parte importante do eleitorado de Marina sabe que ela é evangélica.

Marina Silva

Na entrevista coletiva que concedeu ao lado de Lula, na segunda-feira, a candidata pela Rede a uma vaga de deputada federal por São Paulo falou sobre o tema.

Segundo Marina, um futuro governo progressista deve “tratar todos os brasileiros e brasileiras como cidadãos: os católicos, evangélicos, espíritas, judeus, pessoas de religiões de matriz africana, os ateus. Porque nós somos um Estado laico”.

Ela acrescentou: “O povo cristão não pode se afastar desse legado imaginando que vamos ter no Brasil um governo teocrático e impor qualquer tipo de fé a quem quer que seja. A Constituição assegura a liberdade religiosa e o Estado brasileiro é laico.”

Nome de Deus em vão

A campanha do ex-presidente se movimenta para diminuir a diferença entre esse eleitorado, seja desmentindo fake news, seja participando de eventos com esse público. Na semana passada, em ato com evangélicos, Lula atacou o uso de notícias falsas pelo bolsonarismo. Ele disse que “não é aceitável um pastor que diz que fala em nome de Deus mentir”. “Ninguém pode mentir em nome de Deus. Aliás, ninguém deve usar o nome de Deus em vão”, afirmou.

No geral, o Datafolha mostrou que o petista manteve a vantagem para Bolsonaro, com 45% ante 33% do ex-presidente. O instituto ouviu 5.926 pessoas, entre 13 e 15 de setembro, em 300 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento está registrado no TSE com o número BR-04099/2022.

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