São Paulo – No primeiro dia do ano, todas as atenções obviamente se voltaram para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro a tomar posse e subir a rampa do Palácio do Planalto pela terceira vez. Mas também chamou a atenção a imagem de Ricardo Stuckert correndo à frente do Rolls-Royce, com uma câmera fotográfica em cada mão, sem contar a “direção do drone”. Parte desse patrimônio se perdeu em poucas horas, ontem (8), na invasão ao Palácio do Planalto.

“Sou fotojornalista há mais de 30 anos e nunca vi tamanha barbárie”, escreveu Stuckert no Twitter nesta segunda-feira (9). “A destruição está por toda parte. Levaram minhas máquinas fotográficas, lentes, drone. Levaram parte do meu trabalho. Não são apenas objetos subtraídos e outros depredados. É a nossa história, a nossa memória.”

Prestes a completar 53 anos, em março, Stuckert está há duas décadas com Lula, que o chama de Stuckinha. Assim, talvez seja o único, além do próprio presidente, a subir três vezes a rampa. No primeiro dia útil de trabalho, o fotógrafo registrou imagens do batente presidencial. Ele também será o novo secretário nacional do Audiovisual.

Hoje, novos registros de Ricardo Stuckert. Desta vez, para constatar os efeitos do terror e do vandalismo dos manifestantes, apoiadores do ex-presidente. Nem a imagem de uma bandeira brasileira, tão exaltada pelos “patriotas” de acampamento, escapou da destruição. Um símbolo dessa fúria está na tela As Mulatas, de Di Cavalcanti, a principal obra no Salão Nobre do palácio, que sofreu perfurações. Segundo o governo, que divulgou balanço, foram sete rasgos, de diversos tamanhos.