União e Reconstrução

‘Fortalecimento dos Correios veio no primeiro dia do governo Lula’

Presidente dos Correios conversa com a TVT sobre desafios futuros e o cenário de reconstrução e otimismo com Lula

Reprodução/TVT
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"O presidente entende que os Correios são de grande relevância para a população"

São Paulo – Em visita à redação da TVT e da Rádio Brasil Atual, nesta segunda-feira (30), o presidente da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), Fabiano Silva dos Santos, falou em entrevista sobre o trabalho de reconstrução da estatal mais antiga do país, essencial e estratégica para a soberania nacional. Correios que foram constantemente atacados durante os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), com a empresa incluída na lista de privatizações. Assim, a visão neoliberal dos governos anteriores colocou em curso um projeto de entrega da empresa para o setor privado.

Como parte do processo de entregar os Correios que, assim, deixariam de servir à população para servir ao interesse de poucos acionistas, veio o sucateamento. Trata-se de um padrão: sucatear para, então, entregar mais barato para o lucro de uma elite econômica com influência política. Contudo, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), há exatamente um ano, mudou esse cenário.

Logo em seu primeiro dia no terceiro mandato, Lula retirou a ECT da lista de privatizações. “O fortalecimento dos Correios veio no primeiro dia de mandato. No primeiro dia ele tirou os Correios da lista de privatizações. Então isso é forte e simbólico. É uma valorização. O presidente entende que os Correios são de grande relevância para a população. Então, vamos aumentar cada vez mais essa relevância”, afirma Fabiano.

Trabalhadores dos Correios

Ele afirma que caminho passa pela a valorização dos trabalhadores e fortalecimento dos Correios no mercado brasileiro e global. Pela primeira vez, inclusive, o presidente dos Correios participou de comitivas para o exterior, incluindo a China. “Essa não é uma filosofia minha. É uma filosofia que o presidente Lula quer. Liderança maior que temos no país. Nossa obrigação é dialogar com a classe trabalhadora”, afirmou.

Um passo importante para o próximo período, explica Fabiano, é repactuar a empresa com os funcionários. “Seis anos depois do golpe, são muitos desafios. Temos uma empresa em que os acordos coletivos dos funcionários foram fechados somente no TST (Tribunal Superior do Trabalho). Uma empresa em que o corpo funcional não tinha nenhum tipo de incentivo. Retiraram 70 itens do acordo coletivo de trabalho”, lembra.

“Os trabalhadores são o coração da empresa. Precisamos do coração funcionando. Eles foram muito maltratados nos últimos anos. Temos dificuldades. Mas, acima de tudo, é importante retomar o diálogo com a classe trabalhadora. É difícil, mas o diálogo é o melhor caminho que temos para, junto com os trabalhadores, construirmos essa empresa”, completa.

Reinvenção

Estatal gigante, ao lado de outras como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras, apenas os Correios estão em todas as cidades do país, lembra Fabiano. Daí sua relevância especial em relação à soberania. Os Correios, por exemplo, entregam vacinas e medicamentos do SUS nos rincões mais distantes.

“Somos a única empresa pública presente em todos os municípios do país, 5.070 municípios. Os Correios podem ser utilizados, inclusive, para construção de políticas públicas. Além dessa questão, temos claramente a soberania. Nós fazemos a integração de todo o país, uma função especial e dedicada em nossa Constituição federal”, argumenta o presidente.

Então, como explica Fabiano, as perspectivas são boas, de grandes investimentos e desenvolvimento correlato com o crescimento que se espera do país nos próximos anos. “Pegamos a empresa em um cenário sem investimentos. Ela perdeu mercado, fatia de mercado. É um trabalho muito grande de reestruturar a empresa, de investir novamente.”

Fabiano, então, finaliza ao lembrar que “os Correios passaram a participar do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com isso, será possível investir em novos centros de redistribuição. Estamos construindo um em Brasília, lançamos um no Maranhão nesta semana. Temos a previsão de mais dois grandes centros, além da reforma de todas nossas agências. Tudo isso, para atender melhor a população”.

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