Após Bolsonaro, Correios encontra fase de reconstrução e fortalecimento
Presidente dos Correios, em entrevista ao jornalista Juca Kfouri, fala sobre a reconstrução e fortalecimento da empresa após o governo Bolsonaro
Publicado 23/06/2023 - 18h08
São Paulo – O jornalista Juca Kfouri recebeu, nesta semana, em seu programa Entre Vistas, da TVT, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos. Em pauta, a importância do serviço prestado pela instituição secular e os desafios – presentes e futuros. Fabiano é advogado e professor, e assumiu o cargo neste ano. De acordo com ele, existem boas expectativas em relação ao serviço postal no país. Em primeiro lugar, a partir da superação dos estragos promovidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para Fabiano, com Bolsonaro, “os Correios regrediram a uma época pré-governo FHC”. Não era segredo a sanha privatista e entreguista do ex-presidente. Sob sua gestão, as empresas públicas passaram por um processo de sucateamento e sucessivo assédio de compradores.
“Quando cheguei na empresa, me deparei com este cenário. Houve a retirada de 50 itens do acordo coletivo dos trabalhadores. Estávamos discutindo, regredimos (…) Estamos abaixo do que estávamos com Fernando Henrique Cardoso. O que fizeram na empresa é algo muito ruim”, disse.
A situação ficou particularmente precária em relação aos trabalhadores dos Correios. “Quando eu chego aqui temos este grande problema. Lideranças sindicais que não eram atendidas, nunca eram ouvidas. O corpo funcional estava desmotivado. A empresa estava à beira da privatização. O que fizemos nestes quatro meses iniciais foi resgatar a dignidade. Os funcionários hoje enxergam que a empresa tem futuro e temos que lutar”, disse.
O futuro dos Correios
A relevância dos Correios para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é notória. Fabiano foi o primeiro presidente de estatal a participar de uma comitiva presidencial em viagem internacional. No caso, o presidente dos Correios foi à China junto com Lula para discutir negócios. De acordo com ele, existe a intenção de fortalecer e até mesmo de internacionalizar a empresa pública.
“Temos o e-commerce nacional e o internacional. Foi a primeira vez que nossa empresa participou de comitiva, isso mostra a relevância que temos e as possibilidades que temos no mundo. Se tinham um projeto de privatizar os Correios, precisamos é internacionalizar. Isso é muito importante. A viagem à China foi para fortalecer laços com parceiros estratégicos no mercado internacional. Não posso dar grandes detalhes por questões estratégicas, mas estamos discutindo”, disse.