Sem praia

Exército suspende desfile de 7 de setembro no Rio, diz Eduardo Paes

Há semanas Jair Bolsonaro vinha anunciando, em tom de ameaça, a mudança do desfile militar para Copacabana,no Dia da Independência. Ideia era promover grande ato contra o processo eleitoral brasileiro

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
Forças Armadas e comando da campanha teriam demovido Bolsonaro da ideia de desfiles em Copacabana

São Paulo – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), disse no final da tarde desta quarta-feira (17) que o Comando Militar do Leste suspendeu os desfiles de 7 de Setembro previstos para a Avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense. Além disso, informou que também não haverá desfiles em Copacabana, como queria o presidente Jair Bolsonaro. “Fui informado pelo Cmte. (comandante) Militar do Leste que esse ano não teremos o tradicional desfile militar na Pres Vargas e nem na praia de Copacabana. O ato do Exército vai se dar em um pequeno trecho na Avenida Atlântica, próximo ao Forte de Copacabana, sem arquibancada ou desfile”, disse Paes, em postagem no Twitter.

“Como já havia sido veiculado por alguns órgãos de imprensa, deverão acontecer apresentações da Marinha e da Aeronáutica no mar e no espaço aéreo, sem qualquer tipo de interferência nas pistas da avenida atlântica”, disse ainda o prefeito naquela rede social (grafias mantidas conforme as originais).

Segundo Paes, nos próximos dias haverá reuniões com as Forças Armadas para organizar detalhes. O prefeito enfatizou que a não realização da “parada militar” na Avenida Presidente Vargas ou na orla de Copacabana “é a solicitação que recebi do Exército Brasileiro”.

Na noite de ontem, a CNN já informava que o Ministério da Defesa – comandado pelo general Paulo Sérgio Nogueira – já tinha descartado a realização do desfile de tropas em Copacabana, como afirmara Bolsonaro, em tom de ameaça. Mesmo assim “outras atividades” na orla seriam programadas, pelas Forças Armadas, “para agradar” o chefe do governo.

Conduta errática

A conduta de Bolsonaro tem sido, aparentemente, errática em relação ao 7 de Setembro. Ele queria levar as comemorações tradicionalmente realizadas na Presidente Vargas para Copacabana, mas ontem (terça) disse que o desfile militar seria em Brasília. “Teremos um ato cívico (…) Não haverá desfile da tropa dia 7 no Rio de Janeiro”, declarou.

Em versão de uma semana atrás da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a cúpula das Forças Armadas e o comando da campanha bolsonarista à reeleição teriam convencido o presidente a desistir de fazer o ato “cívico” em Copacabana. Segundo a jornalista, a ideia foi considerada permeada por dificuldades na segurança e teria impacto negativo nas intenções de voto.

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