Questão nacional

Crise da segurança pública não é somente problema do governo do Rio, diz Cláudio Castro

Ao lado do secretário-executivo do Ministério da Justiça, governador fluminense afirma que o estado precisa de apoio do governo federal, da Justiça e dos tribunais superiores

Rafael Campos/Governo do RJ
Rafael Campos/Governo do RJ
“O Estado precisa combater com dureza e precisa do apoio das instituições", disse Cláudio Castro ao lado de Cappelli

São Paulo – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, deu uma entrevista coletiva no início da tarde desta sexta-feira (6), para falar da crise da segurança pública, “um problema que sinceramente não é do estado do Rio de Janeiro, somente do governo do Rio de Janeiro, é um problema do Brasil”, segundo ele.

A escalada e a crise chegaram ao clímax após o assassinato de três médicos que participariam de um congresso internacional na cidade, o que amplificou a repercussão do crime perpetrado na madrugada de quinta, na Barra da Tijuca (zona oeste da cidade). Na madrugada de hoje, a polícia do Rio encontrou quatro corpos que seriam dos assassinos.

Ao lado do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, com quem se reuniu antes da entrevista, Castro disse que “a gente tem sinceramente de parar de ficar achando que (o problema da violência) é pontual”.

Ele reafirmou o pedido de ajuda ao governo federal. “O estado precisa combater com dureza e precisa do apoio das instituições. Precisa sim do apoio do governo federal, das forças federais, mas também precisa do apoio da Justiça, dos tribunais superiores, federais, estaduais, precisa do apoio do Ministério Público, da Defensoria”, disse.

“Estamos falando de uma máfia”

Para o governador, os poderes institucionais só terão sucesso no combate à criminalidade “se for com todos, se nós nos juntarmos, o governo federal com todos os estados”. “Não estamos mais falando de uma briga entre milicianos e traficantes. Estamos falando de uma máfia, que hoje é muito mais do que outrora foi de tráfico de drogas ou de armas.”

Essa máfia “verdadeiramente tem entrado nas instituições, nos poderes, no comércio, nos serviços, inclusive no sistema financeiro nacional. (…) Uma máfia que possui suas próprias estruturas, inclusive seus próprios tribunais”, declarou o chefe do governo fluminense.

Mais cedo nesta sexta, Cappelli afirmou a pelo menos duas emissoras de televisão que considera inadmissível o crime ter suas próprias leis e seus “tribunais”. “O Brasil possui lei, possui regras. Tem um Estado de Direito que precisa e será respeitado. Não tem cabimento a gente dizer que organizações criminosas cometem um crime e elas mesmas resolvem esse crime”, disse ele à GloboNews.

“Não são gente boazinha da comunidade”

Aos jornalistas, Castro afirmou ainda que as investigações sobre o caso dos médicos continuarão e serão ampliadas, inclusive para elucidar quem assassinou os supostos executores dos médicos, e por quê.

“Não estamos lidando somente com uma facção ou outra facção. Estamos lidando com uma máfia, uma organização criminosa perigosíssima, que diferente do que tentam plantar, não são gente boazinha da comunidade, não são moradores da comunidade. São criminosos sanguinários, violentos, fortemente armados e que têm que ser combatidos com a mão forte do Estado”, disse o governador.

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