assassinato dos médicos

Polícia do Rio fala em ‘solução rápida’ e investiga possibilidade de crime cometido por engano

A Polícia Federal deve prestar apoio às investigações do triplo assassinato que vitimou os médicos que estavam no Rio para um congresso e provocou comoção

Reprodução/Redes Sociais
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Médicos estavam no RJ para um congresso. Perseu (à direita, com camisa do Bahia) teria sido confundido com miliciano

São Paulo – Uma reunião prevista para esta quinta-feira (5) deve definir a possível participação da Polícia Federal (PF) nas investigações do assassinato dos três médicos no Rio de Janeiro, na madrugada de hoje. O secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Cappelli, e o governador Claudio Castro são os principais interlocutores da reunião.  

A principal linha de investigação no momento é a de que o crime teria sido cometido por engano: o médico baiano Perseu Ribeiro Almeida (na foto maior acima) teria sido confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa (foto ao lado), filho de Dalmir Pereira Barbosa, considerado importante chefe de milícia que atua na região.

Em nota, o MJSP informou que Cappelli já está no Rio. A PF deve, no mínimo, prestar apoio às investigações do caso que causou comoção e vitimou os médicos Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

O médico Daniel Sonnewend Proença foi internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, para onde foi levado após o ataque. Eles estavam em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, próximo ao hotel onde ocorre o evento. Os profissionais estavam no Rio de Janeiro para participar de um congresso internacional de ortopedia.

Integração de polícias

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a Polícia Federal (PF) fará diligências para investigar a execução. No Twitter, Dino disse que conversou com o governador fluminense, Cláudio Castro, e que a Polícia Civil também participa das investigações.

A Polícia Civil de São Paulo enviará equipes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa e do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) ao Rio de Janeiro para auxiliar nas investigações. Esse tipo de colaboração não é comum.

O secretário de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado José Renato Torres, disse que o governador do estado “pediu todo o empenho” para desvendar o crime. “Em conversa com o ministro da Justiça, entendemos que teríamos que ter uma cooperação e integração para dar uma solução mais rápida a este bárbaro crime”, afirmou ele ainda.

Lula e Janja se manifestam

No Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou sobre o crime. “Recebi com grande tristeza e indignação a notícia da execução de Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida na orla da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira”, escreveu.

“Minha solidariedade aos familiares dos médicos e a deputada Sâmia Bomfim e ao deputado Glauber Braga. A Polícia Federal, sob determinação do ministro Flávio Dino, está acompanhando o caso”, disse ainda o presidente.

A primeira-dama, Janja da Silva, também escreveu na rede social. “Começamos o dia com a triste notícia da execução do irmão da deputada @samiabomfim e de outros dois médicos essa madrugada, no Rio de Janeiro. Que a polícia investigue a autoria e causas do crime, para elucidar se ele também tem alguma relação política. Deixo aqui meu abraço apertado, meus sentimentos e minha solidariedade à Sâmia e todos os familiares e amigos das vítimas”, postou ela.