Piada pronta

‘Coincidência’: Assembleia Legislativa de São Paulo tem apagão durante CPI da Enel

A energia caiu duas vezes durante depoimento do presidente da concessionária em São Paulo, Max Xavier Lins. Queda viraliza e parlamentares ironizam situação. “Hoje nem a Enel escapou da própria incompetência!”, disse Boulos

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"Parece piada, mas é só a Enel mesmo", contestou a também deputada Erika Hilton (Psol-SP)

São Paulo – O depoimento do presidente da Enel, Max Xavier Lins, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a concessionária na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi marcado por duas quedas de energia. Pouco antes do início da oitiva, na manhã desta terça-feira (14), a luz do plenário José Bonifácio caiu, mas foi restabelecida em seguida. No entanto, 10 minutos depois, houve nova queda. 

A interrupção do serviço comprometeu a apresentação do executivo, que não pôde exibir o material no auditório da Alesp. A situação rendeu comentários do presidente da CPI da Enel, o deputado Thiago Auricchio (PL), que disse que a empresa “foi vítima” de si mesma. O parlamentar ainda afirmou que uma TV da Casa queimou durante o apagão e que poderia pedir indenização à concessionária. 

Criada em maio, a CPI investiga o processo de venda da Eletropaulo para a Enel, em 2018. Na semana passada, os deputados estaduais ampliaram o escopo da investigação para apurar as responsabilidades sobre o apagão após fortes chuvas em São Paulo no último dia 3. Cerca de 2,1 milhões de clientes da Enel foram afetados, mas a concessionária levou pelo menos seis dias para restabelecer o fornecimento de energia. 

O depoimento

Amparado por um habeas corpus, o executivo da concessionária voltou a relacionar o apagão com as quedas de árvores e ao “evento climático extremo”. “O evento do dia 3 foi extremo, previa-se ventos de 55 km/h e foram 105 quilômetros por hora. Os efeitos disso são devastadores, sobretudo numa área onde há muita arborização”, alegou o executivo. Lins também argumentou que um cliente da Enel São Paulo hoje “está bem melhor” do que com relação a 2017 e que a empresa tem feio investimentos para modernizar mais de 40 mil quilômetros de rede. 

O depoimento do diretor da concessionária também foi acompanhado por prefeitos, que rebateram o dado de Lins de que “95% das ocorrências de falta de luz tiveram como origem queda de galhos”. “Limpe a sua rede elétrica que eu podo minhas árvores”, gritou o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB). A fala foi apoiada pelos chefes do Executivo municipal de Cajamar, Carapicuíba, Rio Grande da Serra, São Caetano do Sul e Taboão da Serra. 

Lins também negou a responsabilidade da Enel sobre as quedas de energia na Alesp. “Foram oscilações provocadas por chaveamento interno”, justificou. Nas redes sociais, parlamentares ironizaram a situação. “Hoje nem a Enel escapou da própria incompetência! Seria cômico se não fosse um completo ABSURDO!”, tuitou o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP). “Parece piada, mas é só a Enel mesmo”, contestou a também deputada Erika Hilton (Psol-SP). 

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(*) Com informações da Folha de S. Paulo