São Paulo – O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cancelamento do contrato de concessão com a Enel. Segundo o portal Uol, o prefeito, que é pré-candidato à prefeitura paulistana, fez a solicitação nesta quinta-feira (16), após um novo apagão na noite passada devido às fortes chuvas. A concessionária de origem italiana tem contrato de fornecimento para a capital e 23 municípios da região metropolitana.

Nunes fez a declaração na manhã desta quinta-feira (16), durante vistoria em obras no córrego Água Espraiada, zona sul da capital.

“Eu pedi para a Agência Nacional de Energia Elétrica para que cancelasse o contrato com a Enel. Não é só por conta dessas chuvas que aconteceram no dia 3 de novembro”, disse. “A gente já vinha há muito tempo discutindo com a Enel uma série de questões”.

Inauguração de UBSs depende de ligação de energia elétrica

De acordo com o prefeito, há cinco unidades básicas de saúde (UBS) sem energia elétrica. “Estão prontas aguardando a Enel fazer a ligação de energia”, disse. E também um conjunto habitacional na Vila Olímpica.

“A gente não consegue inaugurar há cinco meses, porque a Enel não vai fazer a ligação de energia. É grave, já é um problema que a prefeitura vem discutindo há bastante tempo. Eles precisam melhorar muito. E o que a gente fez? Entramos na Justiça.”

Segundo a reportagem, a prefeitura confirmou o pedido anunciado pelo prefeito. “A situação é preocupante, uma vez que a época de chuvas de verão ainda está por vir, e foi solicitado à agência que cancelasse o contrato com a Enel.”

Pré-candidato à reeleição, Nunes é alvo de críticas

Ainda de acordo com nota da prefeitura ao veículo, “o prefeito está em constante contato com o presidente da Aneel para cobrar melhorias nos serviços de energia elétrica”. “A situação é preocupante, uma vez que a época de chuvas de verão ainda está por vir”.

Ricardo Nunes foi alvo de duras críticas da população e políticos de esquerda durante os dias de apagão que começou na tarde do dia 3 de novembro, após forte chuva. Ausente e alheio aos problemas da população, Nunes foi criticado também por estar participando de evento em Interlagos, enquanto a população jogava fora a comida estragada na geladeira.

Enquanto a cidade convivia com árvores caídas por diversos bairros da cidade, devido à inoperância da sua gestão, o prefeito chegou a sugerir uma nova taxa para pagar o enterramento dos fios.

CPI da Enel

Antes mesmo do apagão na capital e diversas regiões do estado no início do mês, que chegou a deixar sem luz bairros por até uma semana, a concessionária é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Em audiência nesta quinta, o presidente nacional da empresa italiana, Nicola Cotugno, admitiu que 290 mil pessoas ficaram sem luz na noite de ontem. E que a energia será totalmente restabelecida ainda hoje.

Ele defendeu a terceirização de parte dos serviços da Enel, admitiu a possibilidade de novo apagão e disse que se expressou mal por ter dito em artigo na Folha de S.Paulo que não deveria se desculpar pelo apagão do dia 3 de novembro, quando 2,1 milhões de pessoas ficaram sem energia.

Leia também:

Enel, privatização, Tarcísio e Nunes são alvos de críticas após 40 horas sem energia em São Paulo

Redação: Cida de Oliveira, com Uol