Ditadura nunca mais

Atos pelo país lembram dos 60 anos do golpe e defendem fortalecimento da democracia

Manifestações ocorreram em aproximadamente 15 cidades, com destaque para Salvador e São Paulo

Roberto Parizotti/CUT
Roberto Parizotti/CUT
Ato no Largo São Francisco, no centro de São Paulo: mesmo sob chuva, manifestantes foram às ruas para defender a democracia

São Paulo – Atividades convocadas por movimentos sociais e centrais sindicais levaram manifestantes às ruas de pelo menos 15 cidades neste sábado (23). Eles lembraram dos 60 anos do golpe civil-militar, que se completará no próximo dia 1º, defenderam a democracia e disseram não a possíveis anistias para golpistas (referência aos 8 de janeiro de 2023). E também se solidarizaram com a Palestina.

Na cidade de São Paulo, a concentração foi no Largo São Francisco, diante da Faculdade de Direito da USP, na região central. Mesmo sob chuva e frio, manifestantes atenderam à convocação feita pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e por centrais sindicais. Além do mote “Ditadura nunca mais”, eles pediram punição a quem participou dos ataques às sedes dos três poderes, em Brasília.

Contra as instituições

Em Salvador, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), voltou a cobrar punições, citando o nome do ex-presidente. “Independente de quem for. Se é militar, civil, se foi presidente da República, se é deputado, se é parlamentar. Tem que ser responsabilizado e pagar pelos seus atos, seja a forma que for, inclusive com a restrição da liberdade. Bolsonaro não pode ir para a rua querer a conciliação do Brasil quando ele atentou contra isso e contra a estabilidade das instituições brasileiras e de toda a política que tínhamos de construção do país.”

Dessa forma, em São Paulo e Salvador, as manifestações foram realizadas à tarde. No período da manhã, atividades foram registradas em Maceió, Vitória, Campo Grande, Belém, Aracaju, Recife, São Luís, Fortaleza, Belo Horizonte, Curitiba e Goiânia. Também houve concentração na Praça Luís de Camões, no centro de Lisboa.

Memória, verdade e justiça

“Lutar por democracia é lutar por memória, verdade e justiça. Nós, dos movimentos populares, demarcamos essa compreensão histórica do nosso país, ainda que tenhamos limitações institucionais. Para rememorar os tristes dias de ditadura militar, nós estamos nas ruas”, afirmou ao Brasil de Fato Elisa Maria, do Movimento Brasil Popular, em Recife. 

“Esse ato simboliza a necessidade, que é uma necessidade contínua do não esquecimento, sobretudo, do golpe de 64. Acho que esse ato ele cumpre essa tarefa de comunicar, de dizer que nós não podemos nos dar ao luxo de esquecer o que vivemos, para, inclusive, assegurar que gerações futuras tenham conhecimento das razões do porquê estamos aqui hoje”, disse à Agência Brasil o líder quilombola Danilo Serejo, integrante do Movimento dos Atingidos pela Base de Alcântara (Mabe).

Com informações da Agência Brasil, do Brasil de Fato e de O Globo