Mobilização nacional

Movimentos ocupam as ruas neste sábado em defesa da democracia: ‘Ditadura nunca mais’

Atos em resposta ao bolsonarismo, neste sábado, marcam repúdio aos 60 anos do golpe civil-militar e cobram punição aos golpistas do 8 de janeiro

Joana Berwanger/Sul21
Joana Berwanger/Sul21
"Nós não podemos estar ameaçados a cada momento por um golpe porque alguém que não concordou com o resultado das urnas, com a eleição de um presidente. Nós não queremos golpe militar nunca mais", diz secretário da CUT

São Paulo – As frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, centrais sindicais e movimentos sociais e populares sairão às ruas de pelo menos 19 cidades, neste sábado (23), em defesa da democracia. O ato faz referência a uma série de efemérides, entre as quais os 60 anos do golpe civil-militar de 1964, no próximo dia 1º de abril (confira a agenda completa de manifestações confirmadas no final da matéria).

O objetivo da organização é refletir, em uma jornada de mobilização nacional, a voz da sociedade em favor dos valores democráticos e da liberdade e contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário. Nesse sentido, além de exigir “ditadura nunca mais”, os manifestantes também cobram punição aos golpistas que invadiram e depredaram as sedes dos três poderes, em Brasília, para que os atos, como esse de 8 de janeiro de 2023, “nunca mais aconteçam”.

O ato do campo progressista marca ainda um mês da manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que aglutinou diversas bandeiras antidemocráticas e pediu anistia aos criminosos do 8 de janeiro. Na cidade de São Paulo, o protesto em prol da democracia está confirmado para este sábado, às 15h, no Largo São Francisco, no centro, em frente a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O local é um palco histórico de atos de resistência desde o golpe de 1964 à releitura, em 2022, da Carta pela Democracia, em resposta às ameaças bolsonaristas.

Golpe nunca mais

Em Salvador, uma grande manifestação também é esperada no Largo do Pelourinho, em horário simultâneo. O secretário-geral da CUT, Renato Zulato, destaca que os atos neste sábado são fundamentais para “mostrar e conversar com a população do porquê o que aconteceu em 8 de janeiro não pode se repetir”. Perseguido na época da ditadura, ele observa que hoje os mais jovens só sabem do retrocesso que foi esse período pelo que é contado da história.

“Nós não podemos estar ameaçados a cada momento por um golpe, porque alguém não concordou com o resultado das urnas, com a eleição de um presidente. Nós não queremos golpe militar nunca mais no Brasil. (…) E uma das nossas bandeiras é o ‘sem anistia’, porque o nosso objetivo é estar sempre defendendo a democracia contra qualquer golpe judicial, midiático, porque esses golpes são para calar a boca do povo. Tem muita gente grande envolvida nisso. Então, nós queremos que essas pessoas, que financiaram o golpe, sejam punidas, porque senão houver punição elas vão tentar de novo”, afirma Zulato.

O ato progressista também afirma solidariedade internacional e preocupação com os direitos humanos, em especial com o genocídio em curso na Palestina promovido pelo governo sionista de Israel. E dá sequência aos protestos do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e que na último dia 14 homenageou a vereadora Marielle Franco, assassinada há seis anos.

Confira os locais com atos confirmados:

  • Aracaju – O ato será nesta sexta-feira (22). A saída é da porta da Deso, a partir das 7h
  • Boa Vista – Praça Germano Sampaio (Pintolândia), às 17h
  • Belém – Escadinha do Cais, às 9h
  • Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 9h
  • Brasília – Funarte, às 16h
  • Campo Grande- Praça do Rádio, às 9h
  • Curitiba – Praça Santos Andrade até a Boca Maldita, às 9h
  • Florianópolis – O ato também será hoje, com concentração em frente à Catedral e início às 16h
  • Fortaleza – Praça do Ferreira , às 8h30
  • Goiânia – Praça Cívica, Setor Central, às 14h
  • João Pessoa – Praça da Lagoa, às 15h
  • Osasco (SP) – Calçadão em frente ao shopping, às 13h
  • Porto Alegre – Largo Glênio Peres, com caminhada até usina do Gasômetro, às 15h
  • Recife – Praça do Derby, às 10h
  • Rio de Janeiro –a Rua Uruguaiana com a Avenida Presidente Vargas, às 10h
  • Salvador – Largo do Pelourinho, às 15h
  • São Luís – Praça Deodoro, às 9h
  • São Paulo – Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, centro, às 15h
  • Vitória – Praça Vermelha, às 9h

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