Continuidade

Andrei Rodrigues segue no comando da PF, após convite de Lewandowski

O atual delegado-geral da PF, Andrei Rodrigues, se reuniu em Brasília com o futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e aceitou permanecer no cargo

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Homem de confiança de Lula, Andrei Rodrigues tem como um dos principais desafios à frente da PF a elucidação do caso Marielle

São Paulo – O delegado Andrei Rodrigues vai seguir no comando da Polícia Federal (PF). O futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, convidou e Andrei aceitou permanecer no cargo. Os dois se reuniram em Brasília nesta quarta-feira (24). O atual delegado-geral da PF é um homem de confiança do presidente Lula (PT) e coordenou sua equipe de segurança na campanha eleitoral de 2022.

Na terça-feira, Lewandowski se reuniu com o ministro Flávio Dino, no Palácio da Justiça, para dar início à transição na Pasta. Dino assume no final do mês uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, Lewandowski afirmou que vai “imprimir uma continuidade ao excelente trabalho” à frente da Justiça. “Claro que poderá haver pequenos ajustes, mas nós continuaremos esse trabalho”, frisou.

O novo ministro já definiu Manoel Carlos de Almeida Neto como seu secretário-executivo. E escolheu o atual procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo, como secretário de Segurança. Na semana passada, Sarrubo se definiu como um “entusiasta” do uso de câmeras corporais por policias militares. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, resiste em ampliar o uso do dispositivo.

Além disso, a expectativa é que Lewandowski também mantenha Waldir Damous no comando da Secretaria de Defesa do Consumidor. Lula, no entanto, deu “carta branca” para o novo ministro montar a sua equipe. Nesse sentido, falta ainda definir se mantém ou não atual chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Oliveira.

8 de janeiro e Marielle

Andrei se destacou à frente do comando da PF durante as investigações dos bolsonaristas envolvidos na tentativa de golpe frustrada do dia 8 de Janeiro. A Operação Lesa Pátria, que tem caráter permanente, que já está na sua 24ª fase, continua identificando e prendendo mentores intelectuais, financiadores e incitadores de atos que culminaram com a depredação das sedes dos Três Poderes. Nesse sentido, foram realizadas 1.393 prisões em flagrante. Os valores estimados dos bens apreendidos ultrapassam a casa dos R$ 21 milhões.

Ao mesmo tempo, o delegado-geral também lida com o desafio de elucidar o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), há seis anos sem solução. No início do ano, Andrei afirmou que o caso terá uma “resposta final” ainda neste primeiro trimestre.

Atualmente a PF investiga o possível envolvimento do atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e ex-deputado Domingos Brazão em uma disputa de terras em Jacarepaguá, bairro na zona oeste do Rio. É uma das hipóteses que supostamente teriam levado Brazão a encomendar a morte de Marielle. De acordo com o o site Intercept Brasil, o ex-policial Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos contra a vereadora e seu motorista Anderson Gomes, teria delatado Brazão como mandante do crime.

Combate ao tráfico e outras ações

Sob comando de Andrei Passos, a Polícia Federal apreendeu, de janeiro a novembro do ano passado, R$ 2,07 bilhões em bens e valores de grupos criminosos envolvidos com o tráfico de drogas. Trata-se de um recorde na série histórica iniciada em 2014. Nesse sentido, o valor é 226% superior às apreensões que a PF registrou em 2022, último ano da gestão Bolsonaro.

Além disso, de acordo com o jornal Valor, o delegado-geral também conta com o apoio entre os policiais federais. Sua atuação “foi vista como essencial para que o governo aprovasse, no fim do ano, um plano de reajuste nos salários dos integrantes da PF, que poderá superar 20%”.


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