Abertura de CPI mista sobre Cachoeira depende de assinaturas de deputados

São Paulo – O requerimento para a criação de comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que pretende apurar as ligações entre políticos e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos […]

São Paulo – O requerimento para a criação de comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que pretende apurar as ligações entre políticos e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, já conta com o número de assinaturas necessárias entre os senadores. Segundo a liderança do PT na Casa, 28 integrantes do Senado firmaram o pedido, um a mais que o necessário.

Agora, será necessário obter a adesão de 171 deputados para que tenha andamento o processo de instalação do colegiado. A vice-presidenta do Senado, Marta Suplicy, informou que seu partido, o PT, apoia integralmente a abertura da comissão. O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) assinou o requerimento e disse que o líder do partido, Renan Calheiros (AL), não deu qualquer orientação à bancada sobre o assunto. Segundo a liderança do PT, 25 das assinaturas são do bloco de apoio ao governo de Dilma Rousseff. 

Demóstenes Torres

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), informou que vai insistir com o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a necessidade de receber os autos da investigação da Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, mote de abertura da CPMI.

O objetivo é saber quais acusações pesam sobre o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), que sofreu representação do PSOL. Ele é processado sob a acusação de tráfico de influência e participação em um esquema de jogos ilegais mantido pelo grupo de Cachoeira. Escutas feitas pela Polícia Federal flagraram o parlamentar colocando o mandato a serviço do lobby pela regulamentação dos jogos de azar, principal atividade do contraventor. “Nosso objetivo é mostrar ao ministro que podemos trabalhar de forma afinada no compartilhamento de informações. Dentro das possibilidades legais, podemos ajudar o Judiciário; e eles também nos podem ser úteis”, afirmou Valadares. 

O pedido de abertura de inquérito foi feito ao STF pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no dia 28 de março. O Senado já havia solicitado as informações, primeiramente ao Ministério Público e depois ao Supremo, mas Lewandovski negou acesso ao inquérito, alegando que só uma Comissão Parlamentar de Inquérito poderia fazer o requerimento.

O presidente do Conselho de Ética quer que a apuração seja concluída antes do recesso de julho. Para isso, o relator Humberto Costa (PT-PE) espera contar com a defesa de Demóstenes até 25 de abril. Depois disso, terá cinco dias úteis para apresentar relatório preliminar. “Acredito que o relator será capaz de fazer uma apuração ágil respeitando o regimento interno da Casa e os direitos do acusado”, disse Valadares.

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