apoios crescem

Dilma assina ‘Carta aos Brasileiros’: ‘Democracia sob grave ameaça’

Bolsonaro tenta reagir ao isolamento em seu golpismo, mas cancelou ida a São Paulo no 11 de agosto, quando seria solicitado a assinar manifesto de empresários na Fiesp

Reprodução/Facebook
Reprodução/Facebook
Ex-presidenta afirmou que a "democracia está sob grave ameaça e sob constantes ataques" de Bolsonaro

São Paulo – A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) assinou nesta quarta-feira (3) a Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito! O documento, lançado na semana passada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), em resposta a ameaças à democracia pelo presidente da República, se aproximava de 720 mil assinaturas até o fechamento desta matéria.

“No momento em que a democracia está sob grave ameaça e sob constantes ataques do presidente da República, é hora de a sociedade civil se mobilizar em defesa do sistema eleitoral e das urnas. Eu assino embaixo em defesa do Estado Democrático de Direito”, disse Dilma à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

A carta será lida no próximo 11 de agosto, em ato público na faculdade, nas Arcadas do Largo São Francisco. Nesse sentido, a data celebra a criação dos primeiros cursos jurídicos no Brasil. Além disso, no mesmo local, foi lida a primeira edição da Carta aos Brasileiros em 1977, que pressionava pelo fim da ditadura.

O Grupo Prerrogativas e a equipe do podcast Medo e Delírio em Brasília produziu um vídeo em que celebra a promulgação da Constituição em 1988 e convoca para o ato. “Traidor da Constituição é traidor da pátria”, diz Ulisses Guimarães, que presidiu a Constituinte. Assista:

Dia da democracia

No mesmo dia e local, horas antes, será feita a leitura de outro documento: o manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça. Elaborado por empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), já recebeu o apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e centrais sindicais. Ontem foi a vez da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa boa parte das empresas de planos de saúde, aderir ao manifesto.

Durante à tarde, movimentos sociais, movimento estudantil e centrais sindicais que compõem as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que também participam da campanha “Fora, Bolsonaro”, realizam manifestação na Avenida Paulista. Os participantes se concentram a partir das 17h, no vão livre do Masp. A campanha também aposta na mobilização “de todas as vozes comprometidas com a democracia” para barrar “a escalada autoritária e golpista” de Jair Bolsonaro (PL).

Bolsonaro “sentiu”

Apesar dos dois documentos não citarem especificamente seu nome, Bolsonaro deixa claro que sentiu pressão, em função da amplitude e pluralidade que os documentos em favor da democracia adquiriram. Ontem, ele chegou a chamar de “cara de pau” e “sem caráter” os signatários da Carta aos Brasileiros.

O presidente chegou a esboçar uma reação. Ele pediu para antecipar para o dia 11 sua participação em evento da Fiesp, que vem realizando encontro com presidenciáveis. No entanto, diante do risco de ser impelido a assinar o manifesto que também criticou, Bolsonaro cancelou a sua participação no evento. Para tentar mostrar que não está isolado, ele também teria um jantar com empresários do grupo Esfera Brasil, mas também declinou.


Leia também


Últimas notícias