São Paulo – O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) colocou o Grupo Prerrogativas, coletivo formado por advogados, na mira de seus ataques recentes. Nas redes sociais, Moro divulgou vídeo fora do contexto com falas de integrantes do grupo e, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, criticou um projeto atribuído ao grupo que sequer existe.

Para o advogado Fabiano Silva dos Santos, mestre em Direito pela PUC-SP e integrante do Prerrogativas, o ex-ministro do governo Bolsonaro segue desrespeitando a categoria na qual faz parte atualmente e demonstra a falta de apreço pela carreira. “Moro nunca teve qualquer tive de respeito com a advocacia, isso desde as audiências em Curitiba. Ele grampeou advogados, tirando a liberdade da relação entre advogados e clientes. Então, essa postura não surpreende. Agora ele também é advogado e está atacando colegas de profissão, o que é passível de apuração pela OAB”, afirmou, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual desta terça-feira (18).

Ontem (17), jornal O Estado de S. Paulo “noticiou” que estaria sendo elaborada uma proposta de reforma do Judiciário pelo grupo Prerrogativas. A matéria não detalha a proposta e mesmo assim o texto levanta críticas, ouvindo fontes lavajatistas, incluindo Sergio Moro. De acordo com o advogado integrante do coletivo, o projeto noticiado não existe.

“Esse projeto não existe. O Estadão está forçando a barra para colocar o grupo em uma celeuma. É também uma tentativa de fortalecer a campanha de Moro. Apesar de não ter projeto, nós podemos debater questões do Judiciário com qualquer candidato quiser nos ouvir”, disse.

Debate com Moro

Na semana passada, o Prerrogativas desafiou o ex-juiz e Sergio Moro para um debate público sobre a Lava Jato, reforma do sistema de justiça e combate à corrupção. Entretanto, o ex-ministro “afinou” e rejeitou participar do debate com os juristas. Apesar da recusa, o convite segue de pé, segundo Fabiano.

“O convite para ele ainda está de pé. Todo mundo do grupo quer participar. Ele não quer debater, só prefere soltar alguma provocação nas redes sociais. Só está perdendo tempo, porque nunca iremos nos calar sobre os arbítrios dele”, disse. “Se quer falar de impunidade, que fale também sobre os crimes cometidos por ele. Só suas ações na Lava Jato resultaram num prejuízo de R$ 44 bilhões com impostos que deixaram de ser arrecadados e destruiu setores da economia, aumentando o desemprego. Moro subverteu princípios constitucionais, nunca teve apreço pela democracia”, acrescentou.

Confira a entrevista