OMISSÃO

Humberto Costa: ‘PGR não deu resposta proporcional ao dano causado por Bolsonaro’

Senador diz que Augusto Aras deu ‘passos tímidos’ em relação ao andamento das denúncias feitas pela CPI da Covid

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Humberto Costa diz que o MPF tem cumprido a sua parte e ampliado as investigações da CPI, onde acredita haver evidências para processos criminais

São Paulo – O senador Humberto Costa (PT-PE) criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação ao que foi apurado pela CPI da Covid sobre os possíveis crimes cometidos pelo governo Bolsonaro durante a condução da pandemia no Brasil. O parlamentar, que foi membro da comissão, diz que Augusto Aras fez apenas movimentos protocolares.

O Ministério Público Federal (MPF) desmembrou, em 12 correntes independentes, a investigação aberta pelo órgão a partir das conclusões da CPI da Covid. Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros do governo não estão entre os investigados, pois possuem foro por prerrogativa. Nesse caso, apenas uma denúncia da PGR poderia autorizar uma ação contra o presidente e ministros. Até o momento, a Procuradoria-Geral da República só abriu seis novas investigações preliminares.

O senador diz que o MPF tem cumprido a sua parte e ampliado as investigações da CPI, pois acredita haver evidências para a instauração de processos criminais. “Tenho confiança de que o MPF vai cumprir seu papel, assim como o TCU e as esferas estaduais do MP. Nossa preocupação é a PGR, que deu passos tímidos só para cumprir a lei, mas não houve alguma resposta proporcional ao dano causado por Bolsonaro”, criticou o senador petista, em entrevista a Marilu Cabañas, no Jornal Brasil Atual.

Caso Aras siga sem dar respostas, Humberto Costa acredita que o procurador-geral terá que dar explicações. “Já existe um pedido de audiência pública para Aras explicar o que foi feito até o momento, mas ele evitará a própria ida. Então, continuaremos cobrando no Congresso e também por meio do Observatório da Pandemia para que não haja impunidade”, acrescentou.

Nova CPI

O “apagão de dados” do Ministério da Saúde, que tem dificultado a avaliação da situação da covid-19 no Brasil, em meio à propagação da variante ômicron e à polêmica sobre a vacinação de crianças, foi tema de críticas de senadores, nas últimas semanas. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou no último dia 11 ter protocolado requerimento de nova CPI sobre o tema, nos moldes da realizada em 2021.

Randolfe citou uma série de novos motivos para o requerimento, além do apagão de dados, como o atraso na vacinação pediátrica. Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) declarou apoio à proposta de Randolfe de uma nova CPI, avaliando que já existem “fatos novos e determinados” que justificam sua abertura.

“Em um primeiro momento, precisamos cobrar o andamento das respostas cobradas pela CPI da Covid. Uma nova comissão não terá a mesma dimensão da anterior, o que seria uma perda. Não teremos controle da composição dos senadores, levando a indicações de parlamentares sem os mesmos compromissos”, defendeu.

Confira a íntegra:


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