Governo criminoso

Randolfe: ‘Eleição não será normal. É preciso vencer Bolsonaro no primeiro turno’

Senador defende ‘frente amplíssima’ e lembra que única maneira de Bolsonaro pagar pelos crimes é tira-lo do poder

Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado
Randolfe afirma que sua grande preocupação é existir uma eleição que leve Jair Bolsonaro para o segundo turno, pois o Brasil nunca presenciou tantos crimes humanitários

São Paulo – A única maneira de salvar o Brasil do cenário de destruição provocado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) é vencê-lo no primeiro turno da disputa presidencial. Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a eleição de 2022 não será feita num “ambiente normal”. Em entrevista ao jornalista Gustavo Conde, do programa Bom Para Todos, da TVT, o parlamentar diz ter preocupação com o risco de Bolsonaro ir ao segundo turno. O Brasil, ele afirma, nunca presenciou tantos crimes humanitários cometidos pelo presidente em exercício desde a redemocratização.

“Nós não estaremos numa eleição normal em 2022. Será uma eleição para salvar o Brasil da destruição. Não estamos num clima como em 1994, 2002, 2010 ou até 2018. Mas sim numa disputa onde o governo é exercido por um criminoso, e que não se cansa em delinquir. O mundo está caindo na Bahia e ele está pescando. Bolsonaro não promove só tensão política, mas também risco à vida das pessoas”, alertou o senador amapaense.

Além disso, o parlamentar acrescenta que só haverá um jeito de Bolsonaro sair impune de tantos crimes cometidos: continuar no poder. “Ele só pensa em como fugirá de punição. Se perder a eleição em segundo turno, não reconhecerá o resultado. Imagina o estresse de tensões como essa. É uma eleição em que os valores do pacto civilizatório estão em jogo. Portanto, faço um apelo para que as forças progressistas reflitam sobre isso, através de uma frente amplíssima”, afirmou.

Centrão e Moro são obstáculos

Nesse sentido, Randolfe defendeu a necessidade de alianças políticas – como a entre Lula e Alckmin – não apenas para vencer a eleição, mas para construir governabilidade. Assim, disse que o caminho mais importante para frear o bolsonarismo na eleição de 2022 é a união de forças. Recentemente, Bolsonaro filiou-se ao PL e se aproximou mais do chamado Centrão. Segundo o senador da Rede, o problema não são as coligações, mas sim dar poder aos agentes fisiológicos da política.

“Durante o governo de FHC ou as gestões petistas, o Centrão esteve junto. Porém nunca foi parte do comando do governo, como é agora. Antes, esses partidos estavam a serviço de um projeto político. Mas hoje são aqueles que dão as cartas. Isso porque são o núcleo político principal”, alertou.

Outro obstáculo que precisa ser enfrentado em 2022, apesar de estar enfraquecido nas pesquisas eleitorais de 2022, é o pré-candidato do Podemos, o ex-juiz Sergio Moro. O parlamentar lembra que foi apoiador da Lava Jato, mas abriu os olhos para a politização da operação que, segundo ele, desvirtuou dos alicerces da democracia.

“Sergio Moro é muito parecido com Bolsonaro. Talvez seja tão ameaçador à democracia quanto o atual presidente. Ele é um produto do bolsonarismo. Moro rasgou a toga de magistrado e passou a ser ator político. No início da operação (Lava Jato), eu mesmo apoiei. Porém, ela se tornou uma facção política. A maior prova foi o juiz federal ter se tornado membro do governo que só foi eleito a partir da atuação do magistrado. Ir para a política só reverbera o escândalo”, criticou o senador.

2022, ano da verdade?

Em 2021, Randolfe Rodrigues se destacou durante os trabalhos da CPI da Covid, que investigou e denunciou Jair Bolsonaro por diversos crimes cometidos na condução da pandemia. “Eu preferiria não ter tido a atuação que tive neste ano, muito menos que houvesse CPI. Pois significaria que a condução da pandemia teria sido exemplar”, disse ele.

Apesar do fim de ano, o senador lembra que teve que acionar o STF na véspera do Natal para que a Presidência da República se manifestasse sobre a vacinação das crianças. “O presidente ainda tem ameaçado servidores e cientistas por fazerem suas atribuições, principalmente técnicos da Anvisa”, lamentou.

Segundo Randolfe, a torcida será para que a eleição de 2022 faça do ano que vem o “ano da verdade”. “Tomara que seja o último ano da tragédia que vivemos neste país. Não há outra denominação para expressar como foram os últimos três anos de governo Bolsonaro.”


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