INVESTIGAÇÃO

Sérgio Reis e Otoni de Paula são alvos de busca da PF, após ameaçarem democracia

Ao todo, 13 mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes e atendem a um pedido da Procuradoria-Geral da República

ARQUIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
ARQUIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Sérgio Reis entrou na mira do STF após vazar em um áudio em que o cantor pede o afastamento dos ministros da corte pelo Senado Federal

São Paulo – O cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) são alvos de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (20). A ação foi expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e investiga incitação a atos violentos e ameaças contra a democracia.

Ao todo, 13 mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes e atendem a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A ação se dá em um novo inquérito aberto pela PGR, comandada por Augusto Aras, e não tem relação com os casos em andamento na PF que tratam de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro às instituições.

“O objetivo das medidas é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”, afirmou nota publicada pela Polícia Federal.

Sérgio Reis entrou na mira do STF após vazar um áudio em que o cantor pede o afastamento dos ministros da corte pelo Senado Federal. No diálogo, Reis disse que “se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”.

Já o deputado bolsonarista Otoni foi denunciado pela PGR ao STF em julho do ano passado por crimes de difamação, injúria e coação em vídeos com ataques e ofensas a Alexandre de Moraes. A Justiça de São Paulo já determinou a exclusão das postagens.

Ameaça contra democracia

Na última segunda-feira (13), o ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, foi preso, após determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes. O pedido para prisão preventiva foi da Polícia Federal, que aponta participação do ex-parlamentar em ataques ao Judiciário.

Já Sérgio Reis, além do áudio vazado, também publicou um vídeo convocando uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os 11 ministros do STF. “Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas, ninguém anda no país, não vai ter nem caminhão para trazer feijão para vocês aqui dentro. (…) Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ‘ai’ do caminhoneiro que furar esse bloqueio.”

Também alvo da PF hoje, o vice-líder do governo Bolsonaro, Otoni de Paula, é investigado no envolvimento em atos antidemocráticos e já divulgou um vídeo em suas redes sociais com ofensas ao ministro Alexandre de Moraes, se referindo a ele como “lixo”, “canalha” e “esgoto do STF”.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais após a deflagração da ação, hoje, o parlamentar afirmou que “não vai recuar um milímetro”. O deputado afirmou que recebeu um mandado de intimação para comparecer hoje à PF.


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