CPI da Covid

Para senador, silêncio de Maximiano é ‘altamente incriminador’

Tasso Jereissati (PSDB-CE) questionou forma de remuneração entre a Baraht e a Precisa e disse desconfiar da presença de uma “sociedade estranha e fajuta” como fiadora do negócio

Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência Senado
O advogado Ticiano Figueiredo e o sócio-proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano

São Paulo – Último senador a questionar o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa, antes do intervalo para o almoço na sessão desta quinta-feira (19) da CPI da Covid, Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou ser “altamente incriminador” o silêncio da testemunha sobre a forma de remuneração estabelecida entre a Baraht e a empresa. O parlamentar afirmou ter a impressão de que Maximiano faz parte de um grupo de “coisas ilegais que não se restringem à vacina, mas envolvem negociações escusas, lavagem de dinheiro e outros crimes”.

Tasso disse também desconfiar da presença do FIB Bank como fiador do negócio já que, de acordo com o parlamentar, não se trata verdadeiramente de um banco, mas de “uma sociedade estranha e fajuta”, cuja maior parte do capital integralizado, de R$ 7,5 bilhões, é formado por empresas donas de terrenos que não existem.

Maximiano foi questionado algumas vezes pelos parlamentares sobre suas movimentações financeiras. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) apontou que o empresário declarou rendimentos de R$ 52 mil em 2020 e perguntou a ele quem pagava as suas despesas de crédito. O depoente permaneceu em silêncio.

Também em resposta ao relator, o dono da Precisa admitiu que esteve quatro vezes na Índia, mas não disse quem pagou tanto as viagens como as estadias. Admitiu ainda ter sido recebido pela embaixada brasileira em Nova Déli, mas não informou o que fez na representação diplomática. Também não respondeu por que José Ricardo Santana viajou à Índia. Santana é amigo do ex-funcionário do Ministério da Saúde Roberto Dias, que teria participado do “chope casual” em um shopping de Brasília no qual teria havido pedido propina para negociação de imunizantes.

Poucas respostas à CPI da Covid

Em uma das únicas questões respondidas por Francisco Maximiano durante a sessão da CPI da Covid, ele admitiu que a inclusão da agência sanitária indiana na Medida Provisória (MP) 1.026/2021, convertida na Lei 14.124, atendia a interesses comerciais da Precisa, pois poderia acelerar a liberação de imunizantes. Contudo, ele negou ter feito contato sobre esse assunto com o deputado federal e líder do governo Ricardo Barros (PP-PR), autor da emenda que fez a inclusão.

Sobre sua relação com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e a possível intermediação do parlamentar para que ele conseguisse um financiamento no BNDES, o empresário disse que o fato não possuía ligação com a Precisa, mas se referia a um projeto relacionado à internet. A empresa não obteve o financiamento.

Com informações da Agência Senado


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