São Paulo – Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais do governo de Jair Bolsonaro, foi denunciado nesta quarta-feira (9) pelo Ministério Público Federal pelo gesto racista feito durante uma sessão do Senado, em março. O MPF informou, em nota, que descartou a possibilidade de casualidade no comportamento de Filipe Martins, informa reportagem do portal UOL. E que “ficou evidente” que o assessor “tinha consciência do conteúdo, do significado e da ilicitude do seu gesto”.

O assessor bolsonarista responderá criminalmente por ter praticado e induzido à discriminação e ao preconceito de raça. Pode ser condenado à prisão, pagar multa de no mínimo R$ 30 mil e perder o cargo público.

Com Araújo

Martins estava atrás do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em sessão transmitida pela TV Senado, quando juntou três dedos abertos (simbolizando a letra “w”) e o indicador ao polegar (formando um “p”) no gesto usado por supremacistas brancos norte-americanos. O símbolo representa o “white power” (ou poder branco).

O assessor de Bolsonaro fez o gesto racista quando acompanhava o então ministro da Relações Exteriores, Ernesto Araújo em audiência. O ex-chanceler dava explicações aos senadores sobre a atuação do Itamaraty na compra de vacinas contra a covid-19.

Em maio, a Polícia do Senado já havia indiciado Filipe Martins pelo episódio. Esse indiciamento resultou na denúncia apresentada hoje pelo MPF à 12ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal.