Jogo Bruto

Máquina de ‘fake news’ contra Manuela D’Ávila estimula o machismo, diz vice

Miguel Rossetto aposta na mobilização das periferias, servidores, jovens e mulheres para vencer a disputa no segundo turno em Porto Alegre

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Rossetto destacou o "apoio militante" de partidos progressista à candidatura de Manuela

São Paulo – Candidato a vice-prefeito em Porto Alegre, Miguel Rossetto (PT) afirmou que Manuela D’Ávila (PCdoB) vem enfrentando uma “máquina empresarial” de fake news durante toda a campanha municipal. As mentiras propagadas pelo polo adversário buscam estimular preconceitos e desqualificar o papel da mulher na política. “Foi assim com a Dilma. Sempre é pior com as mulheres”, destacou.

Em entrevista virtual no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé nesta quarta-feira (25), Rossetto disse que os ataques são “intensos” porque Manuela tem “uma potência eleitoral muito grande”. Ele destacou que, no primeiro turno, a Justiça Eleitoral retirou de circulação mais de 500 mil postagens mentirosas nas redes sociais. Só nesta terça-feira (24), outras 60 mil mensagens foram excluídas. “Não conseguimos chegar aonde eles chegam. A máquina empresarial de produção de fake news é brutal. Mas temos conseguido resistir.”

Contudo, ele afirmou que os “ventos” que sobram de diversas partes da América indicam uma “nova conjuntura política”. Ele destacou a vitória de Luis Arce na Bolívia, a maioria a favor da constituinte no Chile, além da derrota de Donald Trump, nos Estados Unidos. “Esses eventos dão conta de que há uma exaustão nessa agenda de violência. Ninguém vive só de fake news“, declarou.

Polarização

No segundo turno, Sebastião Melo (MDB) conseguiu aglutinar os setores conservadores de Porto Alegre, segundo Rossetto. Mas ele destacou também a rápida reação dos setores progressistas, que se alinharam com Manuela. Sua candidatura conta hoje com o apoio “militante” das então candidatas Fernanda Melchionna (Psol) e Juliana Brizola (PDT). A chapa recebeu ainda o endosso de partidos como Rede Sustentabilidade, PV e UP. Ele aposta na mobilização das periferias, da juventude e dos servidores públicos para vencer a disputa. Além da força das próprias mulheres.

Sucateamento dos serviços

Caso vençam a disputa, Rossetto afirmou que o principal desafio será reorganizar os serviços públicos. Segundo ele, as últimas gestões abandonaram as periferias de Porto Alegre. “Os anos de políticas conservadoras cobram muito caro.” Ele citou um conjunto de obras inacabadas nos arredores da cidade. Além disso, bairros como a Lomba do Pinheiro e o Partenon enfrentam falta d’água.

Nos transportes, Rossetto destacou que a capital porto-alegrense tem a “tarifa mais cara do Brasil”. Mas o serviço é “muito ruim”. Por outro lado, em função do aumento da informalidade, cerca de 70% da população não tem vale-transporte. Além da redução da tarifa, o candidato a vice prometeu ampliar a malha cicloviária nos bairros.

A educação é outro desafio. Ele citou que, durante a pandemia, 85% dos alunos da rede municipal não tiveram acesso ao ensino remoto. Seja por falta de conexão de internet, seja por falta de equipamentos. Também destacou a que cerca de 13 mil crianças estão aguardam por uma vaga nas creches. A isso, ele atribui à falta de investimentos. “Fazer ajuste fiscal contra crianças de 0 a 5 anos é um negócio monstruoso.”

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