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Procuradores da Lava Jato apostam em reversão da decisão de Marco Aurélio

Em entrevista concedida após a liminar do ministro do STF Marco Aurélio de liberar presos condenados em segunda instância, procuradores falam de 'estranheza'

Fernando Frazão/Agência Brasil

Dallagnol: ‘Temos o conhecimento de que a PGR está buscando a reversão de forma diligente’

São Paulo – A decisão de hoje (19) do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de liberar presos condenados em segunda instância foi duramente criticada pela força-tarefa da Operação Lava Jato. No centro da discussão, está a possibilidade da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde 7 de abril. Os procuradores afirmaram que a decisão deve ser revista.

Questionados sobre uma possível parcialidade da Justiça, que se movimenta rapidamente com a intenção de impedir a liberdade de Lula, os procuradores desconversaram. Alguns dos envolvidos no processo que levou Lula à prisão foram anunciados como integrantes do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). O político fez sua campanha muito pautada nos ataques contra Lula, e chegou a dizer que iria “metralhar a petralhada, os vermelhos”.

“O caso de Lula é uma ilustração de uma decisão que tem efeitos catastróficos sobre a eficiência da Justiça.” Assim, o procurador Deltan Dallagnol se defendeu das possíveis parcialidades. “Há 35 pessoas presas em decorrência de condenação em segunda instância pela Lava Jato. Na prática, essa decisão coloca em risco todas essas prisões”, disse.

Dallagnol disse que a decisão de hoje “causou espanto”, e que a Procuradoria-Geral da República (PGR) já está mobilizada para revertê-la. “Temos o conhecimento de que a PGR está buscando a reversão de forma diligente. Temos a confiança nesta atuação”, completou.

O Supremo entrou hoje, às 15h, em recesso. Caberá ao presidente da corte, ministro Dias Toffoli, plantonista durante o período, decidir se suspende ou não a decisão. Enquanto isso, a defesa de Lula já ingressou na Justiça Federal pedindo sua soltura.

Parlamentares do PT e apoiadores do ex-presidente estão se reunindo em frente à sede da Polícia Federal do Paraná, onde ele está encarcerado, para pressionar por sua liberdade.

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