Eduardo Cunha

Presidente do Conselho de Ética diz que multa do BC a Cunha reforça relatório

Banco Central aplicou multa ao deputado e sua esposa de mais de R$ 1,13 milhão, no total. Documento foi encaminhado esta manhã para órgão, que julga hoje a situação do presidente afastado da Câmara

memória/ebc

Apesar da declaração de Araújo, documentos relacionados à multa de Cunha não serão anexados ao relatório

Brasília – O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), disse que o documento do Banco Central que intima Eduardo Cunha e sua mulher, Cláudia Cruz, a pagarem multas em mais de R$ 1,13 milhão vai ao encontro do que diz o relatório elaborado pelo relator da comissão, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO). Rogério afirma, no seu parecer, que não há dúvidas sobre a existência de contas fora do país por parte do presidente afastado da Câmara e pede a cassação de Cunha.

A multa aplicada a Cunha e Cláudia Cruz se dá pelo fato de os dois não terem declarado recursos no exterior à Receita Federal e ainda cabe recurso por parte da defesa do casal. “O Brasil não aguenta mais tanta demora. Se não conseguirmos, ao longo de nove meses, chegar a uma decisão aqui e vencerem as manobras que têm sido observadas em todo esse tempo, esta Câmara passará uma grande vergonha”, disse o deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS).

O documento foi encaminhado esta manhã para divulgação por parte do conselho. O relator, entretanto, disse que apesar do texto do Banco Central, ele não vai acolher o documento no seu trabalho, pelo fato de o regimento interno da Casa não permitir a apresentação de novos documentos se a instrução do processo já tiver sido encerrada – o que aconteceu a partir da elaboração e apresentação do relatório por ele.

“Os dados são importantes e, pela natureza do processo, comprovam fatos, mas por uma questão de respeito ao que diz nosso regimento, não me parece adequado fazer a acolhida”, disse Marcos Rogério.

“Todos sabem que há razões suficientes para cassar o deputado Eduardo Cunha. Mas como são grandes as expectativas em relação ao voto dos parlamentares do PRB, esperamos que este partido não faça pacto contra o país”, ressaltou o deputado José Geraldo (PT-PA).

No momento os deputados discutem sobre a possibilidade de ser retirada cópia do documento do Banco Central sobre Cunha para todos os parlamentares da Câmara. O presidente do conselho considera que, como o relatório não será acolhido, o texto não deve ser publicizado. Vários parlamentares protestam e pedem para ter acesso à integra do conteúdo.

“Só pelo fato de ter sido encaminhado para cá hoje, no dia programado para votação do relatório, esse texto já perde a credibilidade”, reclamou Carlos Marun (PMDB-MS), um dos aliados de Cunha.

“Tudo o que é público deve ser divulgado e se não houve nenhum pedido de confidencialidade por parte do Banco Central, não vejo motivo para que essas informações, que já estão propagadas, não sejam reproduzidas e distribuídas xerox do documento para os parlamentares. Todos sabem que Cunha mentiu e que possui contas na Suíça”, acusou Júlio Delgado (PSB-MG).

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